Seguranças e apoiadores de Bolsonaro agridem profissionais da TV Bahia, afiliada da Globo

A repórter Camila Marinha, da TV Bahia, foi segurada pelo pescoço por um segurança após tentar entrevistar Bolsonaro.

Postado em: 13-12-2021 às 09h45
Por: Ícaro Gonçalves
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A repórter Camila Marinha, da TV Bahia, foi segurada pelo pescoço por um segurança após tentar entrevistar Bolsonaro | Imagens: Reprodução

Profissionais da TV Bahia, afiliada da Globo, foram agredidos neste domingo (12/12) por seguranças e apoiadores do presidente Jair Bolsonaro durante sua visita à Itamaraju, na região atingida pelas chuvas no extremo sul baiano.

Após descer de seu helicóptero no estádio municipal Juarez Barbosa, Bolsonaro seguiu em direção à lateral do campo, onde estavam apoiadores e jornalistas que tentavam entrevista-lo. Uma equipe de segurança formava uma espécie de “paredão”, que agiu para impedir a aproximação das equipes de jornalistas.

Ao se aproximar do presidente, a repórter Camila Marinho foi segurada pelo pescoço por um dos seguranças, numa espécie de “mata-leão”. Após isso, o presidente avançou e subiu na caçamba de uma caminhonete, ainda dentro do estádio.

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Um segurança pessoal tentou impedir que os jornalistas erguessem os microfones em direção a Bolsonaro. Quando os microfones esbarraram em suas costas, o segurança ameaçou: “se bater de novo, eu vou enfiar a mão na tua cara”.

A pochete da repórter Camila Marinho também foi arrancada por outro apoiador e depois recuperada por um repórter. A equipe presidencial então seguiu para a sala de comando da operação, dentro de uma escola. As equipes de reportagem não acompanharam para evitar novas confusões.

Só depois da confusão a assessoria de imprensa da Presidência chamou os repórteres dos dois veículos para dentro do local. Um dos integrantes da segurança pediu desculpas pelo que havia ocorrido do lado de fora.

Medidas contra as agressões

O partido Rede Sustentabilidade acionou o Supremo Tribunal Federal em novembro para proibir o presidente Jair Bolsonaro de atacar ou incentivar ataques verbais ou físicos à imprensa e aos profissionais da área.

O partido pede que o STF fixe o pagamento de multa de R$ 100 mil por ataque. A ação foi apresentada após seguranças de Bolsonaro agredirem repórteres que tentavam entrevista-lo durante sua visita à Roma, na Itália.

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