Um dos piores casos de tortura completa 14 anos: irmãos assassinados pelo próprio pai

Informações dão conta de que as crianças pediam ajuda ao Conselho Tutelar, mas eram ignoradas; entenda

Postado em: 29-03-2022 às 18h43
Por: Redação
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Informações dão conta de que as crianças pediam ajuda ao Conselho Tutelar, mas eram ignoradas; entenda | Foto: reprodução

Conhecido com um dos piores casos de tortura do Brasil, o caso dos irmãos João Vitor dos Santos Rodrigues, 13 anos, e Igor Giovani dos Santos Rodrigues, 12, que viviam pedindo ajuda ao Conselho Tutelar e eram ignorados, completa 14 anos em 2022. Segundo as informações, as crianças eram torturadas pelo pai e madrasta dentro de casa até que, certo dia, foram assassinados e tiveram seus corpos esquartejados pelo seus responsáveis.

Foi em setembro de 2008, na cidade de Ribeirão Pires, São Paulo, que os pequenos foram assassinados e jogados no lixo pelo pai, João Alexandre Rodrigues, e pela madrasta, Eliane Aparecida Antunes, condenados em 2010, dois anos após o crime. vale lembrar que eles já estavam presos desde 2008 em diferentes penitenciárias de Tremembé.

A história

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João e Igor moravam com o pai e, Cláudia, a mãe biológica, morava em Jundiaí, também São Paulo. Ela morava com suas duas filhas, de 14 e 16 anos, de um outro casamento que ela teve antes mesmo de se relacionar com João Alexandre.

O relacionamento de João Alexandre e Cláudia era dito como abusivo. No início do romance, eles não tiveram problemas, mas, conforme o tempo passou, João se mostrou cada vez mais abusivo nas discussões, seguidas de agressões físicas e verbais.

O homem alegava que Cláudia não poderia se separar dele, pois, ela “não tinha onde cair morta”. Por isso, deveria aturá-lo. Além de violento e autoritário, ele começou a estender sua ira desnecessária às suas enteadas, durante 5 anos. Após anos de tantas agressões, uma amiga de Cláudia decidiu ajudá-la, fazer com que ela saísse dali com suas filhas.

Cláudio fez isso e, em um dia, João chegou em casa e sua esposa e as meninas não estavam, somente os garotos. Mesmo assim o homem encontrou a Cláudio, pediu que ela voltasse, mas não houve acordo. Os meninos, por sua vez, ficaram com o pai pois, segundo Cláudia o pai tratava os meninos como príncipes. As enteadas é que eram torturadas.

Meses após isso, João teve um novo relacionamento com uma mulher chamada Eliane. No começo, as informações eram de que os meninos eram bem tratados, mas isso mudou com o passar do tempo. Os meninos chegaram a ser levados para abrigos por falta de cuidados e já eram torturados nessa época, entre 2005 e 2008.

Em uma carta escrita por João Vitor em uma avaliação, em um dos abrigos, disse: “Queria ter uma vida tranquila. Queria ter minha mãe. Queria ver meu avô. Queria ser policial. Queria amar os outros e não ter inveja. Queria ter Deus no coração. Queria ter uma bicicleta.”

Houve momentos, inclusive, em que os garotos saíam de casa por vontade própria, pois era mais tranquilo passar a noite na rua. Alguns guardas, quando os viam, levavam os para o Conselho Tutelar, mas logo eram levados para a casa do pai novamente.

Na última noite em que as crianças fugiram, uma última quarta-feira, eles foram encontrados por agentes da Guarda Civil Municipal de Ribeirão Pires portando dinheiro e perambulando pelas ruas da cidade. Abordados pelos policiais, os dois meninos disseram que usariam o dinheiro para fugir de casa, porque estavam cansados de tanto apanhar do pai e da madrasta, além de sofrer todo tipo de maus-tratos.

Os GCMs encaminharam os garotos para o Conselho Tutelar de Ribeirão Pires, que entendeu que os dois deveriam ser encaminhados novamente para casa. Porém, quando eles chegaram, foram mortos asfixiados com sacos plásticos de lixo.

Após isso, o pai e a madrasta, segundo a polícia, tentaram colocar fogo nos corpos, mas teria faltado tíner. Então, esquartejaram os corpos e os acondicionaram em sacos plásticos para que fossem levados pelo caminhão de lixo. Um lixeiro encontrou uma das pernas de um dos garotos e o caminhão dirigiu-se à delegacia da cidade onde um GCM lembrou-se do caso dos meninos que haviam fugido de casa e passou então o endereço do pai e da madrasta para os policiais.

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