Venezuela reage à decisão do Mercosul

Ministra de Relações Exteriores diz que o governo venezuelano manterá sua luta em defesa do tratado

Postado em: 15-09-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Ministra de Relações Exteriores diz que o governo venezuelano manterá sua luta em defesa do tratado

A Venezuela reagiu ontem à decisão dos chanceleres do Mercosul de não permitir que o país exerça a presidência pro tempore do bloco. Na terça-feira(13), Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai anunciaram que o grupo regional será comandado conjuntamente por eles pelos próximos seis meses.
Pelas regras do Mercosul, a Venezuela deveria ter assumido a presidência rotativa em julho, depois do fim do mandato do Uruguai. No entanto, segundo os demais integrantes do bloco, o país de Nicolás Maduro descumpriu compromissos assumidos no Protocolo de Adesão ao Mercosul, assinado em Caracas em 2006, o que impede a transferência.
A ministra de Relações Exteriores da Venezuela, Delcy Rodríguez, disse hoje que o governo venezuelano manterá sua luta em defesa do tratado constitutivo do Mercosul, que prevê a troca da presidência pro tempore a cada seis meses e por ordem alfabética.
A chanceler venezuelana considera que o país está no exercício pleno do comando do Mercosul desde o fim de julho e rechaça a declaração conjunta divulgada ontem pelos parceiros do bloco, que, segundo ela, “enfraquece a legalidade” da organização.
“No Mercosul, as decisões se adotam por consenso e respeitando as normas de funcionamento. Não permitiremos violações dos tratados. Tentar destruir o Mercosul mediante artimanhas antijurídicas é reflexo da intolerância política e desespero de burocratas”, escreveu a ministra em sua conta no Twitter.

Nicolás Maduro
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse que o papa Francisco está comprometido com o diálogo entre opositores e chavistas, a fim de buscar uma solução para a severa crise política que assola o país. As informações são da Agência Ansa.
Segundo Maduro, Francisco revelou sua vontade em uma carta entregue ao presidente da União das Nações Sul-americanas (Unasul), Ernesto Samper, com quem ele se reuniu no Palácio de Miraflores, em Caracas. "Agradeço ao papa pelas palavras que expressou neste comunicado entregue pelo ex-presidente [da Colômbia] Samper. O Pontífice se comprometeu com os diálogos de paz", explicou Maduro.
Ainda durante seu programa televisivo semanal, o líder venezuelano explicou que foram realizadas recentemente importantes conversas entre chavistas e opositores.
"Esses diálogos necessários ocorreram porque quero a paz para a Venezuela, a tranquilidade, a reconciliação e a participação política, sem ameaças de ódio", concluiu.
Maduro é acusado pela oposição de má administração. Atualmente, o país passa por uma séria crise política e econômica. A Venezuela sofre com uma inflação galopante (a maior da América Latina), acompanhada de uma crise produtiva, problemas de distribuição de produtos de primeira necessidade, mercado afetado por medidas de restrição e regulamentação.

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