Rebeldes queimam ônibus

Durante tentativa de retirar civis de província da Síria, grupo se manifesta com violência

Postado em: 19-12-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Durante tentativa de retirar civis de província da Síria, grupo se manifesta com violência

U m grupo de rebeldes que luta contra o governo de Bashar al-Assad queimou diversos ônibus que levariam civis de bairros de Idlib para áreas mais seguras do país neste domingo (18). As informações são da Agência Ansa.

Apesar de também estar no meio do fogo cruzado, a saída dos moradores de Idlib faz parte do acordo de cessar-fogo assinado por Aleppo, outra localidade síria que está em conflito há cinco anos.

Lá, apesar do temor de ataques, milhares pessoas conseguiram deixar a zona de guerra em ônibus que estão em uma operação liderada pela Cruz Vermelha, informou a TV estatal síria.

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Vários ônibus entraram na manhã de ontem (18) na região leste de Aleppo sob controle do Comitê Internacional da Cruz Vermelha e o Crescente Vermelho árabe-sírio, segundo a agência oficial de notícias da Síria.

A retirada foi suspensa na sexta-feira por decisão do regime sírio que acusa os insurgentes de não respeitaram as condições negociados no acordo. A interrupção foi feita pelas milícias xiitas ligadas ao Irã. Elas exigem que dois vilarejos xiitas, Fua e Kafraya, cercados pelos rebeldes na província de Idleb sejam evacuadas primeiro.

A imprensa oficial do regime indicou que 1.200 pessoas foram autorizadas a deixar os dois vilarejos, e, em troca, um mesmo número de civis poderá deixar o leste de Aleppo.

Observadores

O Conselho de Segurança da ONU analisou ontem à tarde, em Nova York, um projeto de resolução encaminhado pela França para o envio a Aleppo de uma missão de observadores para supervisionar as retiradas dos moradores e garantir a proteção dos civis.

Segundo as Nações Unidas, mais de 40 mil civis continuam à espera para deixar o local. As operações para a retirada de moradores e rebeldes de áreas controladas por insurgentes em Aleppo estavam suspensas desde sexta-feira por decisão do regime sírio que acusa os rebeldes de não respeitarem o acordo que prevê as condições de retirada.

A Cruz Vermelha fez um apelo para que as partes em conflito encontrem uma solução para salvar milhares de vidas.

OTAN 

Em entrevista ao jornal alemão Bild ontem, o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg declarou que uma eventual participação da OTAN no conflito sírio iria apenas “agravar a situação”.

“Somos testemunhas de uma crise humanitária terrível. Às vezes, é justo deslocar militares como no Afeganistão. Mas, às vezes, os custos de uma operação militar são superiores aos seus benefícios. Avaliando a situação da Sírios, os membros da OTAN já chegara à conclusão de que tal operação só agravaria uma situação já terrível”, avaliou.

Os 28 integrantes da Aliança Militar pertencem à coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos na luta contra o grupo Estado Islâmico, mas não estão diretamente implicados no conflito. (Agência Brasil) 

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