Canadá oferece residência temporária a refugiados barrados por Trump

"Para aqueles que estão fugindo da perseguição, do terror e da guerra, saibam que o Canadá os acolherá, independentemente de sua fé" disse o chanceler

Postado em: 30-01-2017 às 16h45
Por: Toni Nascimento
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"Para aqueles que estão fugindo da perseguição, do terror e da guerra, saibam que o Canadá os acolherá, independentemente de sua fé" disse o chanceler

O Canadá vai oferecer
residência temporária às pessoas que ficarem bloqueadas no país devido à
recente proibição migratória do presidente americano, Donald Trump, que
bloqueou a entrada nos Estados Unidos de viajantes procedentes de sete países
de maioria muçulmana, afirmou neste domingo (29) o ministro da Imigração canadense,
Ahmed Hussen. As informações são da Radio France Internacionale.

“Quero assegurar às
pessoas que estejam bloqueadas no Canadá que vou usar a minha autoridade para
conceder-lhes uma autorização de residência temporária, se necessário, como já
fizemos no passado”disse o chanceler
 , durante encontro com a imprensa.

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Ele não precisou, durante a
coletiva, quantas pessoas ficaram bloqueadas no Canadá depois de Trump
suspender, na sexta-feira (27), a entrada nos EUA, durante 120 dias, de
refugiados, e o ingresso, por 90 dias, de cidadãos do Irã, Iraque, Síria,
Iêmen, Sudão, Somália e Líbia.

Hussen, que é de origem
somaliana, informou ainda que os cidadãos dos sete países que sofrem a
interdição migratória americana e que possuam um cartão de residente permanente
canadense válido, ainda podem entrar nos Estados Unidos. O decreto de Trump se
aplica aos cidadãos dos sete países listados que estivessem em trânsito no
Canadá. Mais de 35 mil cidadãos canadenses binacionais também possuem a
nacionalidade de um desses sete países, afirmou Hussen.

“Para aqueles que estão
fugindo da perseguição, do terror e da guerra, saibam que o Canadá os acolherá,
independentemente de sua fé”, tuitou no sábado (28) o primeiro-ministro
canadense Justin Trudeau. O Canadá afirmou ter recebido garantias de Washington
de que os canadenses com dupla nacionalidade não seriam afetados pelo decreto
norte-americano.

Trump rebate

O presidente Trump reiterou
no domingo (29), após protestos que proliferaram nos EUA e a repercussão de
condenações internacionais à medida, que o decreto que proíbe temporariamente a
entrada em solo americano de cidadãos dos sete países relacionados não é um
veto a muçulmanos.

“Não é uma proibição
aos muçulmanos, como a mídia está reportando, de maneira falsa. Não se trata de
religião, se trata de terrorismo e de manter nosso país a salvo”, afirmou
o mandatário, acrescentando que mais de 40 países muçulmanos não foram afetados
pela ordem executiva.

“Os Estados Unidos são
um país orgulhoso de imigrantes e continuaremos a demonstrar compaixão com
aqueles que fogem da opressão, mas faremos isto enquanto protegemos nossos
próprios cidadãos e fronteiras. Os Estados Unidos da América sempre foram a
terra dos livres e o lar dos bravos”, declarou Trump, citando um trecho no
hino nacional americano, em comunicado oficial.

Ele afirmou que os sete
países atingidos pela medida constavam de uma lista de países utilizada durante
o governo de Barack Obama: as pessoas que tivessem visitado estes países nos
últimos cinco anos não possuíam o direito de ir aos Estados Unidos sem visto. 

(Agência Brasil)

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