Novos recordes de maior e mais duradouro raio do mundo são registrados por organização

Chamados “megaflashes”, os fenômenos aconteceram em 2020, mas foram registrados apenas nesta terça-feira (1/2)

Postado em: 01-02-2022 às 15h24
Por: Maria Paula Borges
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Chamados “megaflashes”, os fenômenos aconteceram em 2020, mas foram registrados apenas nesta terça-feira (1/2) | Foto: George Rose

A Organização Internacional de Meteorologia (WMO, do inglês ‘World Meteorological Organization’) registrou dois novos recordes de grandes raios, os chamados “megaflashes”, nesta terça-feira (1/2). Os fenômenos aconteceram em 2020, um deles cobriu a maior distância horizontal de 768 km, com margem de erro de 8 km, e o outro teve a maior duração já registrada até então, de 17,102 segundos, com margem de erro de 0,002 segundos.

A distância horizontal registrada pelo novo raio recorde aconteceu no dia 29 de abril de 2020, no sul dos Estados Unidos. O raio, que percorreu 768 km, cruzou partes dos estados do Texas, Louisiana e Mississipi. O recorde pertencia ao Brasil, com um raio que percorreu 709 km no sul do país em 2018.

A maior duração aconteceu sobre o Uruguai e a Argentina, no dia 18 de junho de 2020. Anteriormente, a Argentina possuía o maior registro visto, com um raio que durou 16,73 segundos, em março de 2019.

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Os novos recordes foram publicados pelo jornal científico Bulletin of the American Meteorological Society (no português, Boletim da Sociedade Meteorológica Americana).

Segundo o professor Petteri Taalas, secretário-geral da WMO, as descobertas ajudam a sustentar dados que podem ajudar a evitar mortes que acontecem em decorrência dos raios, principalmente se considerar a capacidade de que nuvens extremamente eletrificadas podem carregar os “megaflashes” por distâncias enormes ou segurá-los por um longo período.

Pelo professor Randall Cervery, que atua nesta pasta na WMO, os registros foram nomeados como “extremos climáticos” por sua grande discrepância. “Os extremos climáticos são provas vivas do poder na natureza, assim como o progresso científico que permite com que tais registros sejam feitos. É provável que eventos ainda maiores existam e que sejamos capazes de observá-los conforme a tecnologia de detecção de raios aumentar”, afirma.

Além disso, Ron Holle, especialista em raios e integrante de um dos comitês da WMO, explicou que ambos os raios não aconteceram em contextos isolados, mas durante tempestades, provando que ao “escutar uma tempestade chegando” significa que o indivíduo deve “procurar um local seguro contra raios”.

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