Papa pede perdão por abusos contra menores por parte do clero no Chile

O papa Francisco acrescentou: "Não posso deixar de manifestar a dor e a vergonha que sinto diante dos danos irreparáveis causados às crianças por parte dos ministros da Igreja"

Postado em: 16-01-2018 às 11h35
Por: Márcio Souza
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O papa Francisco acrescentou: "Não posso deixar de manifestar a dor e a vergonha que sinto diante dos danos irreparáveis causados às crianças por parte dos ministros da Igreja"

O papa Francisco disse nesta
terça-feira que era “justo pedir perdão” e que sentia “dor e
vergonha” diante dos “danos irreparáveis” causados às crianças
vítimas de abusos sexuais por parte do clero chileno, em discurso às
autoridades no primeiro ato de sua visita ao país sul-americano.

Na sede da Presidência chilena, o
Palácio de la Moneda, Francisco pediu que se escute as vozes dos desempregados,
dos povos originários, dos imigrantes, dos jovens, dos idosos e das crianças,
“que vêm ao mundo com seus olhos cheios de espanto e inocência e esperam
de nós respostas reais para um futuro de dignidade”.

O papa acrescentou: “Não
posso deixar de manifestar a dor e a vergonha que sinto diante dos danos irreparáveis
causados às crianças por parte dos ministros da Igreja”.

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As palavras do papa foram
recebidas com aplausos pelas cerca de 700 pessoas que estão reunidas no Patio
de los Naranjos (Pátio das Laranjeiras).

“Quero me juntar a meus
irmãos no episcopado, já que é justo pedir perdão e apoiar com todas as forças
as vítimas, ao mesmo tempo em que temos que nos empenhar para que isto não se
repita”, disse o pontífice, que, no entanto, não mencionou a palavra
“abuso”.

A chegada de Francisco reacendeu
o escândalo de pedofilia envolvendo padres católicos, e a organização Bishop
Accountability publicou esta semana uma lista com os nomes de 80 sacerdotes,
clérigos e de uma freira acusados de abusos sexuais a menores de idade no país
sul-americano.

Além disso, os laicos da diocese
de Osorno, no Sul do Chile, pedem há meses a destituição do bispo chileno Juan
Barros, nomeado pelo papa argentino, por seu envolvimento para acobertar os
abusos sexuais do sacerdote Fernando Karadima.

Karadima foi considerado culpado
de cometer abusos sexuais em fevereiro de 2011 pelo Vaticano e condenado a uma
vida de oração e penitência. 

Fonte: Agência Brasil. Foto: Reprodução

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