Brasil reforça negociações em Paris para entrar na OCDE

Embaixador Carlos Márcio Cozendey, atual subsecretário-geral de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty, foi designado pelo como delegado junto aos organismos internacionais de Paris

Postado em: 14-02-2018 às 10h10
Por: Victor Pimenta
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Embaixador Carlos Márcio Cozendey, atual subsecretário-geral de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty, foi designado pelo como delegado junto aos organismos internacionais de Paris

O Brasil vai intensificar as negociações para o acesso do
país à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Enquanto tenta cumprir os pré-requisitos para se candidatar a membro-pleno, a
representação diplomática ganhará reforço em Paris a partir de março, onde a
OCDE e outros órgãos comerciais ficam sediados.

O embaixador Carlos Márcio Cozendey, atual
subsecretário-geral de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty, foi
designado pelo presidente Michel Temer como delegado junto aos organismos internacionais
de Paris, com uma equipe dedicada ao assunto. A decisão demonstra o interesse
do Brasil no acesso ao órgão.

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Antes de partir ao país europeu, Cozendey receberá o
secretário-geral da OCDE, Angel Gurría, no Brasil em 28 de fevereiro, quando será
lançada uma nova edição da pesquisa econômica que a organização faz sobre o
Brasil.

Composta por 35 países-membros, a OCDE é um fórum cuja missão
envolve a cooperação e o intercâmbio de boas práticas sobre políticas públicas.
Somados, os integrantes são responsáveis por 62% do PIB global e por dois
terços dos negócios internacionais. Embora o Brasil tenha participação ativa em
diferentes fóruns da organização, apenas Estados Unidos, Canadá, México e Chile
são países-membros.

Segundo o Cozendey, discussões iniciadas na OCDE costumam
influenciar decisões de outros órgãos internacionais, como a Organização
Mundial do Comércio (OMC) e a Organização das Nações Unidas (ONU), o que torna
mais relevante ainda a importância da participação.

“A OCDE faz recomendações que registram as melhores práticas
em determinada área. Participar da formulação disso, indica que o país vai ter
influência na formulação desses padrões. Embora não seja uma organização
global, como são países grandes e importantes economicamente, o padrão acaba se
tornando internacional”, explicou o diplomata.

Apesar de já ser um parceiro-chave participar de 23
diferentes órgãos da OCDE, o acesso como membro sinalizaria um compromisso do
Brasil com uma economia aberta, previsível, responsável e transparente, segundo
avaliações do governo brasileiro.

A formalização da candidatura depende da adequação do país
com 237 recomendações. O ­Brasil já aderiu a 36 dessas normas e pediu a adesão
de outros 74 instrumentos.

O representante do Itamaraty considerou positiva a adequação
das políticas brasileiras às recomendações da OCDE. Segundo ele, os ministérios
encontraram dificuldades em apenas 10% delas. Em outros 15% foram encontrados
conflitos com a legislação, mas os órgãos concordaram com o conteúdo.

Atualmente, há três países em processo de integração à OCDE:
Colômbia, Costa Rica e Lituânia. Outros cinco, além do Brasil, entraram com
pedidos de candidatura: Argentina, Bulgária, Croácia, Peru e Romênia.

 Fonte: Agência Brasil. (Foto: Reprodução/Gettyimages/Bloomberg)

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