ONU aprova resolução para ajuda humanitária em Gaza
A proposta exige a proteção de civis, libertação de reféns e fornecimento contínuo e suficiente de serviços essenciais
Por: Larissa Oliveira
A Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou, nesta sexta-feira (27), uma “trégua humanitária imediata, duradoura e sustentada que conduza ao cessas das hostilidades” entre Israel e Hamas. Além disso, exigiu acesso de ajuda humanitária à Faixa de Gaza e proteção de civis. A Jordânia foi quem apresentou a resolução, que teve 120 votos favoráveis, enquanto 45 se abstiveram e 14 votaram contra, incluindo Israel e os EUA.
A Assembleia Geral da ONU reúne os representantes de 193 países-membros da organização. As resoluções da Assembleia Geral não funcionam como uma ordem, representando mais um gesto político. Para a aprovação de um texto apresentado em caráter emergencial, são necessários os votos de dois terços dos países. Entre os países favoráveis à proposta na votação de hoje estão Brasil, Jordânia, Argentina, Egito, China, Líbano, Rússia, Portugal, Arábia Saudita e África do Sul.
Já Israel, Estados Unidos, Guatemala, Áustria, Hungria e Paraguai votaram contra. Mais cedo, inclusive, a embaixadora dos EUA na Assembleia da ONU criticou a proposta de Jordânia. De acordo com Linda Thomas-Greenfild, a resolução não condena o Hamas e não cita o termo reféns, referindo-se às mais de 200 pessoas sequestradas no dia 7 de outubro pelo grupo que controla a Faixa de Gaza. Apesar da resolução que os estados árabes elaboraram não ser vinculativa, tem peso político.
O que a ONU aprovou
A resolução da Jordânia de resolução sobre o conflito no Oriente Médio teve a assinatura de 39 países com assento no colegiado. Aprovada pela Assembleia da ONU, exige que todas as partes cumpram o direito humanitário internacional e o fornecimento “contínuo, suficiente e sem entraves” de fornecimentos e serviços essenciais à Faixa de Gaza. Os palestinos da região estão sem acesso a energia elétrica, combustível e água potável e, hoje, ficaram incomunicáveis após Israel intensificar bombardeios.
Além disso, o documento que a Assembleia da ONU aprovou pede ainda “a libertação imediata e incondicional de todos os civis que permanecem ilegalmente mantidos em cativeiro”. Portanto, a proposta exige a evacuação de todas as pessoas do norte do enclave palestino. Por fim, a resolução afirma que “uma solução justa e duradoura para o conflito israelense-palestino só poderá ser alcançada por meios pacíficos, de acordo com as resoluções relevantes das Nações Unidas e do direito internacional e com base no a solução de dois Estados”.
