TCU condena Dallagnol a devolver R$ 2,8 milhões gastos na Lava Jato
Pente-fino concluiu que houve prejuízo e violação ao princípio da impessoalidade.
A Segunda Câmara do Tribunal de Contas da União (TCU) determinou que o ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e os ex-procuradores Deltan Dallagnol e João Vicente Beraldo Romão devolvam mais de R$ 2,8 milhões por gastos durante a operação Lava Jato. A decisão foi tomada nesta terça-feira (9/8).
Em 2021, o ministro Bruno Dantas acatou uma representação do Ministério Público, junto ao TCU, e determinou revisão em gastos da Operação Lava Jato com viagens e diárias. A revisão concluiu que houve prejuízo e violação ao princípio da impessoalidade.
A corte de contas apontou que o modelo da força-tarefa, em que procuradores permaneciam em Curitiba para trabalhar, mas não eram removidos formalmente para a cidade, gerou prejuízos: como não residiam oficialmente na capital paranaense, eles recebiam diárias como se morassem em outro lugar.
Na decisão, o TCU determina que o montante deverá ser ressarcido solidariamente por Janot, então procurador-geral da República, por Deltan, então coordenador da força-tarefa, e por João Vicente, então procurador-chefe da Procuradoria da República no Paraná.
Segundo a Folha, entre os que receberam recursos e foram investigados pelo TCU estão Antonio Carlos Welter, que recebeu R$ 506 mil em diárias e R$ 186 mil em passagens, Carlos Fernando dos Santos Lima, que recebeu R$ 361 mil em diárias e R$ 88 mil em passagens, Diogo Castor de Mattos, com R$ 387 mil em diárias, Januário Paludo, com R$ 391 mil em diárias e R$ 87 mil em passagens, e Orlando Martello Junior, que recebeu R$ 461 mil em diárias e R$ 90 mil em passagens.
Os procuradores afirmam que receberam os recursos de boa-fé, e que não coordenaram sistemas de pagamentos.