Alguém vai atrapalhar o barco da federação UB, PP e Republicanos em 2026

Ideia surgiu em 2022, mas, por enquanto, ainda não avançou; Ciro Nogueira tem boa expectativa

Postado em: 05-03-2024 às 07h30
Por: Yago Sales
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O Centrão acendeu o debate em 2022 após as eleições presidenciais | Foto: Arquivo/ABr

Não se fala noutra coisa. O ano é 2026. O País provavelmente vai estar um pouco mais conflagrado, polarizado entre Direita e Esquerda, não se sabe se com Jair Bolsonaro cumprindo já alguns anos de prisão e Lula com a popularidade desnutrida. 

E o País, em 2026, vai precisar voltar à discussão, em ruas, bares, restaurantes, gabinetes e redações de jornais e publicitárias, sobre quem concorre ao cargo de presidente do Brasil. Por isso, desde agora, partidos, e seus líderes, se movimentam em prol de alianças, composições, ajustes e, claro, construção de chapas.  

Uma das escapatórias, que pode prejudicar alguns projetos individuais, é a federação. E é disso que a cúpula de três partidos no Brasil se movimentam para consolidar: União Brasil, Progressistas e Republicanos. 

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Caso a ideia avance, as três siglas vão ter de caminhar como se fossem uma só em 2026, arrancando projetos de uns e implantando em outros. Com um País ainda dividido, com Lula em atividade, se tornando, ainda, como uma força política forte dentro e fora do Partido dos Trabalhadores, vai ser necessário uma análise mais aprofundada sobre quem vai, dentro desta federação, buscar uma campanha político-eleitoral daqui até 2026. 

O União Brasil tem o governador Ronaldo Caiado como pré-candidato à Presidência da República. Caiado tem encabeçado uma campanha em prol de apoio às polícias, sobretudo militares, que, em alguns estados, “sofrem” com a vigilância de câmeras em uniforme. Caiado quer ser presidente sob a benção dos resultados da segurança pública em Goiás, que se tornou mais contundente depois do episódio de perseguição ao criminoso Lázaro.   

O PP tem Ciro Nogueira, que, presidente da Câmara dos Deputados até 2025, tem até o momento, com algumas exceções, uma boa relação com o governo Lula. E o Republicanos têm o governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas, cotado, também, para concorrer a presidente. 

Tarcísio foi eleito governador de São Paulo em 2022 com imenso e indissociável apoio de Jair Bolsonaro. Ele era ministro do ex-presidente, sendo um dos aliados mais afincos no Planalto. E, com a inelegibilidade de Bolsonaro até 2030, pode substituí-lo na corrida eleitoral. Caiado, por outro lado, também pode herdar esse espólio de Bolsonaro, claro, caso Tarcísio seja convencido a concorrer à reeleição. Afinal, ele tem sido bem avaliado como governador, assim como Caiado em Goiás. 

O principal argumento para a federação é que, com a união das três legendas, vai ficar mais barato eleger parlamentares por conta de regras eleitorais. Bom ressaltar que a União Brasil surgiu da fusão do DEM (ex-PFL) e do PSL (aquele partido pelo qual Bolsonaro chegou ao Planalto lá em 2018). 

Presidente nacional do PP, o senador Ciro Nogueira disse recentemente a Carta Capital nesta sexta-feira (1º) que a super-federação com o Republicanos está “bem encaminhada”. Ele reafirmou, no entanto, que ainda, contudo, precisa definir se a união acontecerá antes ou após as eleições municipais deste ano. 

O Centrão acendeu o debate em 2022 após as eleições presidenciais. Por enquanto, não foi adiante por entraves regionais. Juntos, PP e Republicanos passariam a ter uma bancada de 100 parlamentares no Congresso Nacional. 

“Está bem consolidada. Sou favorável a essa federação, que se tornaria o maior bloco [partidário] da história do Brasil. Estou muito animado porque [com a federação] uniríamos os grandes partidos de centro”, afirmou, ainda, Nogueira, à Carta Capital.

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