Mais 2,7 mil orelhões foram danificados em Goiás

Em Goiânia, o total foi 560 equipamentos depredados

Postado em: 17-02-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Em Goiânia, o total foi 560 equipamentos depredados

Renan Castro

Muito utilizado para realizar chamadas de urgências e auxiliar as pessoas que não tinham telefone fixo em casa, os Telefones de Uso Público (TUP) – chamados popularmente de orelhões, devido a proteção em formato semelhante ao órgão humano – já foram mais bem cuidados em todas as cidades brasileiras. Até metade da década de 1990, era possível avistar filas enormes em quase todos os orelhões do País. Hoje, com a popularização dos celulares, estão abandonados, depredados e, para alguns, “fora de moda”.

E não é preciso andar muito para observar o descaso com esses telefones públicos. Em Goiânia – cidade com quase 1,5 milhões de habitantes, segundo estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – em diversas ruas, principalmente do Centro, os orelhões não funcionam. Na Rua 7, três telefones próximos uns dos outros estão estragados e colorem o retrato da irresponsabilidade tanto da empresa que administra quanto dos próprios moradores da capital já que grande parte dos danos são causados por atos de vandalismo. Essas atitudes, inclusive, causam prejuízo ao meio social, uma vez que os danos podem afetar o contato da população com serviços públicos essenciais, como hospitais, Corpo de Bombeiros e Polícia Militar.

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O repositor Vangleyson Nunes precisou de um orelhão na semana passada para realizar uma chamada urgente em Goiânia. Ele teve de andar muito por que quando encontrou um longo veio o desânimo. O telefone não funcionava. “Muitas pessoas ainda necessitam dos telefones públicos. Não é todo mundo que tem celular”, conta. Vangleyson só conseguiu realizar a ligação depois de muita procura. “No telefone que eu usei era quase impossível ver os números, havia ferrugem e o visor estava bem apagado. E o pior de tudo, o áudio estava ruim e difícil de entender o que a outra pessoa falava do outro lado da linha”, explica.

A estudante Thauany Monma revela que não utiliza os orelhões, mas não concorda com a situação de abandono desses telefones. “Eu não faço ligações nos orelhões, todavia, não significa que eu nunca irei precisar”, afirma. Já a publicitária Mariana Carvalho acredita que os TUPs são desnecessários hoje em dia. “Eu não sei nem como funciona para utilizar esses telefones”, destaca.

Vandalismo

De acordo com a Oi, responsável por administrar os TUPs, Goiás conta com mais de 27 mil orelhões instalados. Em Goiânia, são mais de 5,6 mil orelhões.  A empresa destaca que como os telefones estão instalados em vias e estabelecimentos públicos sofrem diariamente danos por vandalismo. Em 2016, foram danificados por atos de vandalismo, em média, mensalmente, 10% dos orelhões instalados no estado. 

A Oi afirma que os principais problemas decorrentes do vandalismo são: defeitos em leitora de cartões, em monofones e teclado. Além das pichações e colagem indevida de propagandas nos aparelhos e nas folhas de instrução de uso, algo que prejudica o entendimento das orientações pelos usuários.

Com relação ao abandono dos telefones e os permanentes defeitos, a empresa garante que envia equipes para consertar e limpar os aparelhos, contudo, eles são danificados no mesmo dia. A companhia ressalta que mantém um programa permanente de manutenção de seus telefones públicos e conta com as solicitações de reparo enviadas à empresa pelo canal de atendimento 10331 por consumidores e por entidades públicas.

Com a queda no consumo nos orelhões, segundo a Oi, atualmente, apenas 0,04% da planta de telefones públicos da empresa gera receita suficiente para o pagamento do seu próprio custo de manutenção. Devido a pouca atratividade, hoje, 68,2% dos orelhões da Oi não geram chamadas tarifadas e 29,9% não são sequer utilizados.

Em Goiás, assim como em todo o território nacional, a instalação de terminais de uso público (TUPs/orelhões) e individuais, atende às disposições constantes no Plano Geral de Metas de Universalização (PGMU) – Decreto Presidencial n° 7512, de 30 de junho de 2011.

 

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