Contas externas brasileiras ficam positivas pelo 3º mês seguido

O resultado ficou em US$ 620 milhões, contra o superávit de US$ 1,149 bilhão em igual mês de 2017

Postado em: 25-05-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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O resultado ficou em US$ 620 milhões, contra o superávit de US$ 1,149 bilhão em igual mês de 2017

As contas externas brasileiras continuam a apresentar resultados positivos. Em abril, pelo terceiro mês seguido, houve superávit em transações correntes, que são compras e vendas de mercadorias e serviços e transferências de renda do país com o mundo. O resultado ficou em US$ 620 milhões, contra o superávit de US$ 1,149 bilhão em igual mês de 2017, de acordo com dados do Banco Central (BC), divulgados hoje (24). A expectativa do BC é que neste mês também seja registrado superávit, de US$ 2,5 bilhões.

“Esse resultado era esperado e faz parte do período onde sazonalmente temos resultados mais favoráveis para as transações correntes”, disse o chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha.

Como em janeiro houve déficit, o resultado acumulado nos quatro meses do ano ficou negativo em US$ 2,604 bilhões, contra US$ 3,495 bilhões registrados em igual período de 2017.

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Quando o país registra saldo negativo em transações correntes, precisa cobrir o déficit com investimentos ou empréstimos no exterior. A melhor forma de financiamento do saldo negativo é o investimento direto no país (IDP), porque recursos são aplicados no setor produtivo do país. Em abril, esses investimentos chegaram a US$ 2,618 bilhões e, no primeiro quadrimestre, a US$ 20,366 bilhões.

Rocha afirmou que, embora o IDP tenha se reduzido nos últimos meses, esses investimentos continuam acima do déficit em transações correntes. “Temos um déficit muito baixo, um IDP mais que suficiente para financiar o país e fluxos de portifólio (investimentos em ações e em títulos de renda fixa) oscilado entre entradas e saídas do país, e uma taxa de rolagem em 100%, o que diz que está tendo uma rolagem integral dos vencimentos [de empréstimos das empresas no exterior]”, disse.


Gastos no exterior

Com a recente alta do dólar, os gastos de brasileiros em viagem ao exterior não devem cair, mas o ritmo de crescimento deve ficar menor, segundo o chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central (BC), Fernando Rocha.

“Uma desvalorização do real torna as despesas no exterior mais caras. Isso é um desestímulo para viagem no exterior”, disse. De acordo com Rocha, o efeito da alta do dólar este mês ainda não é sentido totalmente. Isso porque os consumidores já tinham planejado a viagem, com compra de pacotes ou passagens aéreas, por exemplo. “O efeito vai sendo sentido ao longo do mês”, afirmou, acrescentando que os clientes poderão fazer adaptações para reduzir as despesas das viagens já programadas. “Ao longo do tempo, depende de onde o câmbio vai ficar. Se a desvalorização continuar por tempo maior, [o consumidor] vai decidir se mantém a viagem ao exterior, se faz um roteiro mais barato”, disse.

Neste mês, até o dia 22, as despesas com viagens chegaram a US$ 1,170 bilhão. Em todo o mês de maio do ano passado, os gastos chegaram a US$ 1,496 bilhão. “Se olharmos a média diária, esse valor de maio deve superar o maio de 2017, mas haverá diminuição da taxa de crescimento”, disse. (Agência Brasil)  

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