Venezuela ameaça deixar OEA

Ministra das Relações Exteriores da Venezuela diz que se for realizada reunião do Conselho Permanente, país sairá da organização

Postado em: 27-04-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa

A ministra das Relações Exteriores da Venezuela, Delcy Rodríguez, disse que seu país vai deixar a Organização de Estados Americanos (OEA) caso o órgão realize uma reunião de chanceleres sem o aval dos venezuelanos. A declaração da ministra ocorreu logo depois de o Conselho Permanente da OEA emitir comunicado convocando para uma reunião extraordinária. As informações são da Agência EFE.

“Se for realizada alguma reunião de chanceleres da OEA que não conte com o aval, com o consentimento do governo da Venezuela, eu recebi uma ordem do chefe de Estado, Nicolás Maduro, de iniciar o processo de saída da Venezuela desta organização”, disse Delcy Rodríguez anteontem (25) ao canal estatal VTV.

A ministra disse que o governo venezuelano “repudia” qualquer espaço que tenha que ver “com a atuação da OEA na Venezuela” depois de saber que alguns governos convidaram para uma reunião do Conselho Permanente extraordinário.

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Delcy disse que a Venezuela não continuará “permitindo violações da lei, violações das instituições, arbitrariedades que ultrapassam qualquer muro da moral, da ética” que devem manter as nações desta organização.

A ministra venezuelana disse que esta é uma “advertência” que Maduro faz à comunidade nacional e internacional, pois não vai permitir que continue a atuação de uma “coligação de governos com um viés político ideológico abertamente conhecido contra a Venezuela”.

Delcy Rodríguez disse que a OEA “foi desqualificada” pela atuação de seu secretário geral, Luis Almagro, que tem “intervindo em qualquer assunto que se refere à Venezuela”.

Reunião

Antes do pronunciamento da ministra, o Conselho Permanente da OEA emitiu comunicado convocando uma sessão nesta quarta para debater a possibilidade de consultar chanceleres para tratar de questões relativas à Venezuela.

No último dia 3, a OEA aprovou uma resolução que reconhecia que houve na Venezuela “grave alteração inconstitucional da ordem democrática”.

A Venezuela atravessa uma onda de protestos contra o governo que teve início há três semanas e já deixou 29 mortos, cerca de 430 feridos e mais de 1 mil detidos, dos quais 65 permanecem presos. 

Reunião da Celac será na terça-feira 

A reunião extraordinária pedida pela Venezuela à Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) acontecerá na próxima terça-feira, dia 2, em San Salvador, informou a ministra de Exteriores venezuelana, Delcy Rodríguez, ontem (26) no Twitter.  As informações são da agência EFE.

No seu comunicado no Twitter, a ministra juntou um print de celular mostrando o documento em que El Salvador, que exerce a presidência da Celac, convoca o encontro. O documento indica que o único tópico da reunião será “tratar as ameaças contra a ordem democrática constitucional na República Bolivariana da Venezuela, bem como as ações intervencionistas contra sua independência, soberania e autodeterminação”, conforme solicitou o governo venezuelano.

A solicitação foi feita em meio a um clima de tensão e uma onda de protestos antigovernamentais e fatos violentos. Ao todo, 26 pessoas já morreram, mais de 400 ficaram feridas, e mais de 1000 foram detidas, de acordo com dados oficiais.

O governo venezuelano acusa os opositores de promover a violência que causou estas mortes, várias delas em manifestações.(Agência Brasil)  

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