UE e ONU pedem trégua das armas e solução política na Síria

Após uma primeira jornada de reuniões com representantes da sociedade civil síria, a alta representante da União Europeia disse esperar "aprofundar a discussão política" nesta quarta

Postado em: 24-04-2018 às 14h20
Por: Victor Pimenta
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Após uma primeira jornada de reuniões com representantes da sociedade civil síria, a alta representante da União Europeia disse esperar "aprofundar a discussão política" nesta quarta

A alta representante da União Europeia (UE) para a política
externa, Federica Mogherini, e o enviado especial da ONU na Síria, Staffan de
Mistura, pediram nesta terça-feira (24), “por razões políticas e
humanitárias”, a cessação das hostilidades no país após mais de sete anos
de conflito.

“Mais atividade militar não abre a via para uma solução
política, a torna mais difícil. Precisamos silenciar as armas por motivos
humanitários e políticos”, afirmou Mogherini em entrevista coletiva
conjunta com o representante das Nações Unidas, no primeiro dia da conferência
de doadores para a Sìria, que acontece hoje e amanhã em Bruxelas.

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Após uma primeira jornada de reuniões com representantes da
sociedade civil síria, Mogherini disse esperar “aprofundar a discussão
política” amanhã (25), quando participarão 85 delegações nacionais, com
representantes da Rússia e do Irã, que não participaram da conferência do ano
passado, embora ainda não tenham confirmado quem representará suas delegações.

Mogherini ressaltou que a Síria “não é um tabuleiro de
xadrez, nem um jogo político” e pediu o fim do “dramático
bloqueio” provocado pelo conflito “dando voz aos sírios, que são os
que mais sofreram com esta guerra interminável”.

Eleições supervisionadas

De Mistura, por sua vez, destacou a necessidade de a
sociedade civil síria fazer parte da comissão constitucional, pactuada no final
de janeiro na cidade russa de Sochi, algo que é fundamental para o processo de
paz, que ainda não recebeu o apoio de Damasco, assim como a realização de
eleições supervisionadas pela ONU.

“O certo é que todo mundo tem uma solução política
diferente, por isso precisamos trabalhar nisso. É tempo para a alta
diplomacia”, afirmou o diplomata das Nações Unidas. Ele também alertou
para a situação na província síria de Idlib, fronteiriça com a Turquia, e o
temor de que esta se transforme em “uma nova Aleppo ou Ghouta”, que
passaram por uma situação humanitária dramática por causa de ataques.

“Há uma necessidade de baixar a temperatura e buscar
espaço para a diplomacia. Na Síria há uma divisão a se resolver”,
acrescentou De Mistura, que espera que os encontros de amanhã em Bruxelas, nos
quais não estão representados o governo sírio nem a oposição, sirvam para
“encontrar juntos uma solução política”.

A UE e a ONU pretendem superar nesta conferência a marca dos
5,63 bilhões de euros arrecadados em 2017 para dar assistência aos cidadãos
sírios e as comunidades de amparo aos refugiados.

 Fonte: Agência Brasil e Agência EFE.

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