Abbas diz que decisão de Donald Trump atrapalha o processo de paz

O presidente da ANP pediu ao mundo que repudie a lei “Estado-nação” aprovada em Israel, qualificando-a de “racista”

Postado em: 29-09-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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O presidente da ANP pediu ao mundo que repudie a lei “Estado-nação” aprovada em Israel, qualificando-a de “racista”

Em um discurso duro e direto, o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, afirmou na quinta (27), na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), que as ações de Trump representam uma “ameaça” para a causa palestina e são uma “violação” das resoluções da ONU.

Abbas pediu ao mundo que repudie a lei “Estado-nação” aprovada em Israel, qualificando-a de “racista”, e acusou os EUA de serem contra o processo de paz com as decisões tomadas pelo governo Trump.

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Segundo Abbas, os palestinos estavam “ansiosos” diante da ideia de Trump de lançar uma nova iniciativa para a paz, mas as ações da Casa Branca os deixaram “mudos”.

Contradição

Para o presidente da Autoridade Palestina, medidas como o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel “contradizem” o papel e o compromisso dos EUA com a paz. A partir desta iniciativa, ele disse que os Estados Unidos não podem mais ser o único mediador no conflito, dada sua parcialidade a favor dos israelenses, embora tenha se mostrado aberto à continuidade das discussões como membro do Quarteto para a Paz.

Abbas discursou na Assembleia da ONU depois de Trump afirmar nesta semana que “gosta de uma opção de dois Estados” para Israel e Palestina – seu primeiro sinal de apoio a esta solução para o conflito e que é apoiada pelas Nações Unidas.

Trump mencionou rapidamente essa ideia, e em seguida abriu novamente as portas para uma opção de um só Estado, ressaltando que as duas possibilidades continuam sobre a mesa.

Abbas afirmou que os palestinos estão comprometidos com a solução de dois Estados e abertos ao diálogo. Além disso, ele pediu aos EUA que desistam de suas recentes decisões, incluindo os cortes nas ajudas que oferecem à população palestina.

Ao mesmo tempo, Abbas ressaltou que o apoio humanitário, mesmo que fosse aumentado, não pode ser em hipótese alguma um substituto de uma solução política para o conflito palestino-israelense.

Abbas aproveitou seu discurso na ONU para pedir a todos os países que não reconhecem a Palestina que o façam e que contribuam para aliviar a difícil situação financeira da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA) após os cortes dos EUA. (Agência Brasil) 

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