Ministério Público encontra comprimidos em excesso na cela de Sérgio Cabral

Segundo o órgão, Cabral informou que a receita médica indica o uso de dois comprimidos de antidepressivo por dia e os outros não identificados são vitaminas

Postado em: 24-06-2017 às 16h40
Por: Amanda de Oliveira
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Segundo o órgão, Cabral informou que a receita médica indica o uso de dois comprimidos de antidepressivo por dia e os outros não identificados são vitaminas

Em uma fiscalização de surpresa na Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, na zona norte do Rio de Janeiro, a 11ª Promotoria de Investigação Penal do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) encontrou na cela do ex-governador Sérgio Cabral duas caixas com quase 30 comprimidos de antidepressivos, que é um medicamento de uso controlado e dezenas de comprimidos não identificados.

A vistoria ocorreu na segunda-feira (19), mas o resultado só foi divulgado hoje (23) pelo MPRJ. Segundo o órgão, Cabral informou que a receita médica indica o uso de dois comprimidos de antidepressivo por dia e os outros não identificados são vitaminas. Na ação, o MPRJ também identificou dois presos em outras celas que mantinham dezenas de comprimidos de medicação controlada.

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Fiscalização

As informações foram repassadas ao juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, responsável pelo caso de Cabral, na quinta-feira, pelo promotor de Justiça Suavei Lai, autor da fiscalização.Também foi enviado ofício com as informações para a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (SEAP).

Segundo o MPRJ, o diretor da unidade, Fabio Ferraz Sodré, informou que os presos recebem remédios para um período longo, de modo a não sobrecarregar a enfermaria com a entrega diária de comprimidos, que funciona de forma precária e provisória em uma sala, enquanto o espaço definitivo passa por reforma.

O MPRJ advertiu o diretor e expressou a preocupação com a quantidade excessiva à disposição dos custodiados, levando ao risco de tráfico de comprimidos entre os presos ou à administração acidental ou intencional de altas doses que poderiam levar à internação hospitalar ou mesmo à morte.

Outra irregularidade constatada foi a presença de dois presos sem nível superior em celas da Galeria 1, reservada a quem completou a graduação. O diretor informou que a medida segue determinação judicial. O MPRJ disse que vai averiguar a questão.

A ação foi a segunda fiscalização do MPRJ na unidade este mês e faz parte da rotina do órgão, que tem como objetivo garantir a integridade física de todos as pessoas que participam do sistema penitenciário, sejam elas os próprios presos, agentes penitenciários ou demais trabalhadores e visitantes. 

(Agência Brasil)

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