Alckmin fora da disputa do PSDB, caminho fica livre para Marconi

Governador de São Paulo desiste da disputa pela presidência do diretório nacional do partido

Postado em: 22-11-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Governador de São Paulo desiste da disputa pela presidência do diretório nacional do partido

Venceslau Pimentel

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A decisão do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), de não entrar na disputa pela presidência do diretório nacional do partido fortalece a candidatura do governador Marconi Perillo (PSDB).

O estímulo para que o governador paulista disputasse o comando do partido partiu do ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, após o racha na legenda, por conta da indecisão de desembarcar do governo do presidente Michel Temer.

Defensor dessa tese, FHC chegou a declarar apoio ao senador Tasso Jereissat (CE), que também defendia a saída do partido do governo. Para o ex-presidente, Alckmin pacificaria o PSDB, principalmente depois que o presidente licenciado, o senador mineiro Aécio Neves, destituiu Jereissati do cargo que ocupava interinamente para indicar Alberto Goldman.

Aécio integrava a corrente que defendia a permanência do partido no governo até o período de desincompatibilização, a partir de março de 2018. FHC e o senador cearense queria que esse processo ocorresse logo após a eleição para a escolha da nova executiva, dia 9 de dezembro.

A discussão antecipou o desembarque. Na semana passada, o deputado federal Bruno Araújo (PE) pediu exoneração do cargo de ministro das Cidades; o próximo tucano a deixar o governo é Antônio Imbassahy, ministro-chefe da Secretaria de Governo. É o que se chama de efeito dominó, que deve atingir o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, e Luislinda Valois, do Ministério de Direitos Humanos.

Em conversa com lideranças da cúpula tucana, Marconi tem se colocado como fator de unidade do partido, desgastado pelo apoio que tem dado até agora a Temer, incluindo votando, em sua maioria, contra a continuidade do processo que autorizava o Supremo Tribunal Federal (STF) a processar o presidente, juntamente com os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco, acusados de atuarem em organização criminosa junto a outros integrantes do chamado “quadrilhão do PMDB na Câmara”.

Mais que a busca pela unidade partidária, Marconi se propõe a abrir debate com a sociedade, de olho nas eleições presidências de 2018. Em entrevista, disse que trabalhará “para que o PSDB discuta com a sociedade organizada um bom plano par ao País, um plano econômico, um plano principalmente social, voltado para a geração dos empregos e também a defesa de algumas teses que serão muito importantes para o período eleitoral do ano que vem”.

Nessa empreitada, o governador tem o apoio do prefeito de São Paulo, João Doria, de governadores tucanos do Consórcio Brasil Central, de Aécio, e agora do ex-ministro Bruno Araújo. Segundo o deputado pernambucano, o PSDB aponta para Marconi para presidir o partido, desde que não haja o que ele classifica de confluência em relação a Alckmin.

Para Araújo, o nome do governador goiano se destaca pela experiência acumulada com quatro mandados à frente do Executivo estadual, mesmo ressaltando respeito a Jereissati.

Na semana passada, Marconi aproveitou o fim de semana para visitar tucanos no Sul do país, e até às vésperas da eleição partidária pretende manter contatos, mais por telefone, com colegas de partidos de outros estados. 

Marconi articula parceria bilateral com Bangladesh

 O Brasil é o principal parceiro comercial de Bangladesh, país asiático com 158 milhões de consumidores, e o governador Marconi Perillo quer inserir Goiás no roteiro comercial que o Brasil tem com aquele país. Com esse objetivo, ele se reuniu ontem com a ministra-conselheira bengali Nahida Rahman Shumona, na Embaixada em Brasília.

Bangladesh está interessado, a princípio, na produção de cana-de-açúcar de Goiás, mas há também espaço para o mercado de produção de algodão, uma das principais matérias-primas da indústria do país asiático. O encontro entre Marconi e Nahida, que teve a participação do superintendente-executivo de Comércio Exterior da Secretaria de Desenvolvimento, William O’Dwyer, é a continuação das tratativas para parceria bilateral iniciadas em março deste ano entre os governos de Goiás e de Bangladesh. Na ocasião, Marconi recebeu, no Palácio das Esmeraldas, o então embaixador Mohamed Mijarul Quayes, sucedido por Nahida na função. 

No encontro com Marconi, a ministra disse que tem o objetivo de fomentar a criação de acordos comerciais entre o Estado de Goiás e a República Popular de Bangladesh. 

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