Projetos do Governo começam a ser discutidos nas comissões da Assembleia nesta quarta-feira (23)

Os projetos serão apreciados na CCJ e Comissão Mista e podem ir a primeira votação no plenário ainda hoje

Postado em: 23-01-2019 às 10h25
Por: Jefferson Pereira dos Santos
Imagem Ilustrando a Notícia: Projetos do Governo começam a ser discutidos nas comissões da Assembleia nesta quarta-feira (23)
Os projetos serão apreciados na CCJ e Comissão Mista e podem ir a primeira votação no plenário ainda hoje

Jefferson Santos*

Estão previstas para a tarde de hoje, quarta-feira (23), na Sala Solon Amaral da Assembleia Legislativa, as reuniões da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ) e da Comissão Mista para a continuidade das discussões do pacote de medidas, enviado nesta terça-feira (23) pelo Governador Ronaldo Caiado (DEM). 

Continua após a publicidade

As matérias foram lidas na primeira sessão plenária do período de convocação extraordinária e, em seguida, encaminhadas para apreciação das duas comissões permanentes do Legislativo Estadual. 

O governador Ronaldo Caiado foi pessoalmente à Assembleia Legislativa esclarecer a respeito da situação fiscal do Estado de Goiás e pedir apoio para a aprovação dos projetos de lei em tramitação. Diversos parlamentares pediram vistas e as matérias devem ser devolvidas na tarde desta quarta-feira (23) para deliberação dos membros das duas comissões técnicas. 

Caso isso ocorra ainda hoje os projetos seguem para o Plenário Getulino Artiaga, onde podem ir a primeira votação.

O presidente José Vitti (PSDB) afirmou, durante visita do governador Ronaldo Caiado (DEM) à Assembleia, que o período de convocação extraordinária feito pelo chefe do Executivo, deve se encerrar na sexta-feira (25). Mas existe a possibilidade das sessões serem estendidas até a próxima semana.

“O entendimento que tive com o governador é que os projetos que fossem enviados, fossem enviados até hoje. Portanto, acho difícil que haja outra convocação, já que a convocação já é regimentalmente garantida ao governador e aos projetos por ele enviados”, esclareceu Vitti.

Quanto à Lei Orçamentária Anual (LOA), o presidente explicou que o projeto já estava na Alego e foi citado pelo governador em ofício encaminhado à Casa, portanto já está apto a ser votado.

Teor das matérias

O pacote inicial de matérias encaminhadas pela Governadoria foca, principalmente, a reforma da estrutura administrativa do Poder Executivo e decreta estado de calamidade financeira. 

A Governadoria encaminhou oito ofícios mensagens e a Casa Civil, três, que solicitam a devolução de processos em tramitação no Parlamento desde o ano passado. A principal delas foi o processo nº 178/2019, da Governadoria, que altera a Lei nº 17.257/2011, que dispõe sobre a organização administrativa do Poder Executivo.

A convocação de sessões extraordinárias da Assembleia Legislativa decorre do processo nº 108/2019, que sofreu aditivos com o acréscimo de novas matérias por meio do processo nº 184/2019. Houve ainda o processo nº 106/2019, que indica o nome de Eurípedes Barsanulfo da Fonseca, ao cargo de Conselheiro do Conselho Regulador da Agência Goiana de Regulação, Controle e Fiscalização de Serviços Públicos.

Por fim, houve ainda a leitura em plenário de três processos da Secretaria da Casa Civil, de nº 158/2019, nº 159/2019 e nº 161/2019, que solicitam a devolução de matérias em tramitação no Poder Legislativo.

Reforma Administrativa

O governador Ronaldo Caiado argumentou junto aos deputados que tem procurado enxugar as despesas e oferecer maior racionalidade à gestão da máquina pública. De acordo com ele, a reforma da estrutura administrativa do Poder Executivo poderá tornar a administração pública mais eficiente e com custos reduzidos.

As mudanças na estrutura administrativa constam do processo nº 178/2019, da Governadoria, que altera a Lei nº 17.257/2011, que dispõe sobre a organização administrativa do Poder Executivo. Na justificativa da matéria, o governador enumera uma série de medidas com enxugamento de cargos, desmembramento de órgãos e extinção das secretarias extraordinárias.

“O resultado da primeira etapa dos trabalhos de análise e estudo encontra-se consolidado no projeto de lei ora apresentado. Por meio dessa fase da reforma administrativa, medida de ajuste inicial necessária para o alcance da completa reorganização administrativa que se tenciona atingir com a vindoura segunda etapa, o Estado de Goiás, a despeito de todos os constrangimentos de ordem orçamentária e financeira que enfrenta, poderá racionalizar a organização da máquina pública mediante a adequação de sua estrutura às políticas e estratégias de ação governamental, o que proporcionará, a um só tempo, eficiência na prestação dos serviços públicos e garantia de um aparato administrativo que favoreça a realização de investimentos em áreas essenciais”, argumentou o governador nas razões do processo.

No pronunciamento aos deputados na Comissão Mista, Ronaldo Caiado disse que diante da situação fiscal de Goiás cabe a ele, enquanto governador, trabalhar nas ações necessárias para abrir expectativas de que o Executivo possa contrair empréstimos novamente. De acordo com ele, a atual situação fiscal do Estado de Goiás junto à Secretaria do Tesouro Nacional impede firmar novos créditos.

“Fui várias vezes à Brasília para tratar com o Ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre a situação de Goiás. Devemos ser rebaixados no rating da classificação da Secretaria do Tesouro Nacional, já que o Estado não tem perspectivas imediatas de pagar suas contas. Venho à Assembleia pedir o apoio dos deputados, pois o governo não tem condições de cumprir as normas da Lei de Responsabilidade Fiscal. Se eu não declarar a calamidade financeira, estarei correndo o risco de cometer crime de responsabilidade fiscal, pois, sobre mim, como governador, recai as obrigações legais existentes”, afirmou Ronaldo Caiado.

O governador disse ainda que a declaração de calamidade financeira seria uma etapa prévia à declaração de calamidade pública, que traria consequências para Goiás. De acordo com ele, o governo pretende ter condições mínimas de manutenção de áreas prioritárias, como saúde, educação e segurança pública.

“O apoio que pede nesse momento é conjuntamente aprovar o decreto e buscar alternativas, trazendo um orçamento que retrate a realidade. A situação que deve ser também comentada e colocadas às claras. Não há como pagar o que não está empenhado. A dívida será paga dentro da projeção feita e dentro do que o Estado pode cumprir. Não mandarei interlocutor para falar com os deputados e virei aqui sempre que solicitado para prestar contas do governo. Governar é ter capacidade de identificar prioridades”, afirmou Ronaldo Caiado.

Indicação na AGR

Durante reunião da Comissão Mista realizada na tarde desta terça-feira (22) os deputados apreciaram o parecer favorável de Simeyzon Silveira (PSD) à matéria de nº 106/19, de autoria da Governadoria do Estado. Os trabalhos são conduzidos pelo vice-presidente da CCJ, deputado Gustavo Sebba (PSDB), no Auditório Solon Amaral.

A proposta tem o objetivo de indicar o nome de Eurípedes Barsanulfo da Fonseca ao cargo de Conselheiro do Conselho Regulador da Agência Goiana de Regulação, Controle e Fiscalização de Serviços Públicos (AGR).

Diversos parlamentares das bancadas governista e de oposição pediram vista do projeto. Eles lembram que é uma prática desta Casa a realização de sabatina com o indicado, antes da votação da propositura na Comissões Mista e de Constituição, Justiça e Redação (CCJ).

Eurípedes Barsanulfo é formado em Direito, pela Faculdade de Direito de Uberlândia; em 1970 formou-se em Delegado de Polícia com curso na Academia de Polícia, posteriormente fez aperfeiçoamento nesta área. 

Seu primeiro trabalho foi no Banco do Brasil, de Ituverava, São Paulo; de 1970 a 1985 foi delegado de Polícia em Goiânia; de 1875 a 1978, exerceu o cargo de diretor administrativo da Secretaria de Turismo de goiás; de 1978-1979, foi diretor administrativo da Secretaria de Indústria e Comércio; de 1979-1979, foi vice-presidente da Caixa Econômica Estadual; de 1979 a 1983, foi diretor administrativo do Banco do Estado de Goiás (extinto BEG); de 2000 a 2002, foi diretor financeiro da Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura (SGPA); e de 2004 a 2006, foi diretor administrativo da SGPA. 

* Com informações da Assembleia Legislativa de Goiás

Veja Também