Secretário apresenta medidas para reorganizar programas sociais

Ele defendeu a reestruturação de programas sociais disponibilizados pelo estado de Goiás

Postado em: 24-01-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Ele defendeu a reestruturação de programas sociais disponibilizados pelo estado de Goiás

Entrevista: Marcos Cabral – Secretário de Estado de Desenvolvimento Social 

Uma pasta nova que será oficializada com a reforma administrativa, mas um serviço que a população de Goiás já conhece são os trabalhos sociais. Qual a conversa que o senhor teve com o Ronaldo Caiado e qual a situação que o senhor encontrou a secretaria?

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Não é diferente, os programas sociais em atraso, o programa Renda Cidadã está atrasado há quase um ano. E dívidas com os fornecedores, folha de pagamento, restos a pagar de custeios, contratos de construção do centro de internação. Estamos fazendo corte de gastos para poder fazer com pouco daquilo que a população precisa,  que é a inclusão nos programa sociais das pessoas que estão excluídas.

O senhor já tem uma estimativa da dívida que você encontrou na pasta?

Nós temos aproximadamente, somadas R$ 50 milhões, fora os programas sociais em atraso. 

E qual o procedimento para reorganizar os programas sociais do governo?

Nós vamos cadastrar todos os programas sociais, entre eles, o Renda Cidadã, o Jovem Cidadão. E nós vamos fazer um novo recall, eles vão acontecer dentro de 90 dias e vamos convidar os prefeitos e primeiras-damas para fazerem uma formação de mão de obra para que os servidores lá nesses municípios possam fazer o cadastramento com mais justiça social para pessoas humildes. Nós queremos dar uma nova cara para os programas, mas sem deixar de lado a questão técnica do ponto de vista social com pessoas capacitadas, como assistentes sociais e psicólogos lá na ponta do serviço, nos bairros, para que nós possamos juntos com as entidades filantrópicas, igrejas e organizações sociais fazer uma somatória de informações para que o poder público possa alcançar essas pessoas desacolhidas.

Os cadastros começam agora no mês de fevereiro, vamos fazer, com os municípios e secretarias de todas as cidades para que possamos encontrar um caminho único para fazer esse novo cadastramento com inclusão social. Um relatório social que vai fazer essa pesquisa para chegar no foco principal. 

Quem já estava cadastro e com verba para receber, como o Renda Cidadã, vão ter que se recadastrar?

Todos vão ter que se recadastrar. Não vamos pegar nem o cadastro antigo, nós vamos fazer um novo cadastramento social embasado em cima de dados sociais de um técnico, que é o assistente social. 

Até nesse momento de austeridade, os critérios vão ser restritos para as pessoas que precisam mais desses programas?

Nós temos uma rede de proteção social no estado, no governo federal e governos municipais. Nos bairros das grandes cidades as prefeituras têm os CRA, os CREAS, Criança Feliz e outros serviços socais da rede de proteção social da bolsa família. Nós já temos um trabalho que conseguimos fazer em conjunto, ninguém consegue fazer esses programas sozinho. Vamos fazer isso com a participação de todos. Não é a secretaria sozinha que define esses critérios, não podemos fazer dos programas sociais uma pauta politica partidária. Vamos fazer um trabalho social, técnico que vai alcançar as pessoas excluídas. Eu não acredito que o antigo governo tenha feito apenas políticas sociais de cunho político, tiveram sim os critérios técnicos. Mas o compromisso da nossa gestão é de levar uma justiça social para as pessoas mais humildes e esperar que elas possam ter esse alcance do poder público na sua casa. Queremos que a auto estima das pessoas excluídas e a inclusão de muitos jovens que estão no crime por falta do amparo do poder público. 

Considerando essa situação financeira difícil, a secretaria já tem uma projeção de quantas famílias são alcançadas por todos os programas?

Nós vamos alcançar na primeira etapa cerca de 50 mil famílias com o Programa Renda Cidadã. E outros 5,5 mil jovens com o programa de primeiro emprego que terá um novo nome, uma nova forma de atendimento e um novo modelo de seleção que também passará a ser um modelo de seleção social. Queremos dar oportunidade para pessoas excluídas que hoje estão em situação de internação social, pessoas que não tiveram pai, família que acabaram indo para o mundo do crime e que hoje estão em um processo de ressocialização. Nós queremos fazer um trabalho de socialização para esses jovens, teremos um trabalho social mais amplo, no sentido de socializar essas pessoas para devolver ele para as suas famílias de uma forma que possa estar dentro de um serviço de inclusão. Faremos um trabalho de formação de mão de obra mesmo que estejam dentro desses programas de ressocialização. Acredito que temos hoje cerca de 366 jovens nos centros de internações e nós precisamos devolvê-los às suas famílias com segurança e se precisar de tratamento, enviaremos ele para o atendimento. Vamos resgatá-los a cidadania em algum setor que a comunidade possa abraçá-los.

Qual deve ser o nome desse programa e se haverá parceria com outras empresas que fazem esse trabalho?

Os contratos estão vencendo e todos os contratos serão revistos e auditados. Vamos ver a modalidade legal para saber qual a melhor maneira de se renovar ou não esses contratos. Dentro de um parâmetro juridicamente legal. Mas nossa proposta é diminuir gastos, mas sem diminuir o atendimento. Existe um trabalho de marketing do governo e estamos pegando opinião de servidores para dar uma nova roupagem para esses serviços. 

Você falou das questões políticas do antigo governo que poderia prejudicar. Esse critério não vai acontecer na gestão de Caiado, como o senhor vai lidar com isso?

O critério de atendimento é social. É o critério técnico a partir do levantamento social do profissional do ramo. Vamos utilizar os assistentes sociais, o pedagogo, aquele profissional que está lá no serviço público, nas escolas, nos bairros, nas igrejas, ele vai ter uma ótica diferenciada. Existe a política do bem, e ela é benéfica a sociedade, a inclusão de pessoas que precisam de atendimento do estado ela faz bem a sociedade. Não vejo dificuldade em lidar com pessoas que fazem política do bem, até porque a política não é apenas aquela do voto. 

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