Caiado reforça atenção especial ao Entorno

Lideranças da região já demonstraram insatisfação pelo modo de gestão do governador, considerado distante

Postado em: 15-06-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Lideranças da região já demonstraram insatisfação pelo modo de gestão do governador, considerado distante

Dayrel Godinho

O Governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), afirmou que pretende dar uma atenção especial aos municípios do Entorno do Distrito Federal que, para o gestor necessitam de um enfoque, principalmente na segurança pública. Desde que assumiu, sua presença é cobrada na Região, considerada esquecida pela sua gestão. Sua fala ocorreu em sabatina a jornalistas do Clube de Repórteres Políticos de Goiás, na última sexta-feira (14).

Caiado pode comentar diversos assuntos e destacou algumas de suas prioridades durante a sua gestão que, para o governador, deve ter um olhar especial para o Entorno que, para o governador, anteriormente, era esquecido e lembrou uma de suas frases. “Vamos recuperar o Entorno. O Entorno não será mais terra do nem, nem. Será uma região de Goiás, será respeitada como região de Goiás”, disse Caiado.

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A Região terá uma atenção especial durante sua administração e, segundo o administrador, há a previsão de que, a partir de julho, toda a sua estrutura governamental fique durante três dias em cada município da Região. Esta visita faria com que o Estado conheça “os problemas locais e tome as medidas necessárias com o objetivo de melhorar a qualidade de vida dos moradores daquela região”.

Questionado sobre os problemas do Entorno nas áreas de segurança pública e de abastecimento de água, Caiado citou que a Região ainda carece de outras questões essenciais. O governador citou o Nordeste Goiano, lembrando que os dez municípios mais pobres desta região têm mais de sete mil analfabetos. “Vamos lançar um projeto, nos próximos dias, para alfabetizar essas pessoas que foram cadastradas”, adiantou.

Legislativo e executivo

O governador também foi questionado quais eram as diferenças entre o legislativo, onde Caiado foi senador e deputado federal, e estes primeiros seis meses de mandato, no executivo. Caiado disse que é uma situação “desafiadora”, e também lembrou que, antes de se destacar como legislador,  já havia sido candidato a presidente da República, em 1989.

Ainda respondendo a questão, o governador disse que um dos principais problemas é a “vaidade e arrogância” do Gestor, pois, de acordo com o Caiado, o fato de ser do chefe do Executivo e ter a decisão final é bastante diferente de quando ele era parlamentar, lembrando de que, antes, ele precisava convencer os outros deputados, para conseguir apoio às suas propostas. 

No entanto, o governador afirma que, mesmo tendo o poder, ele costuma ouvir os titulares das outras pastas e os seus assessores, antes de tomar as decisões. “O foco do Governo Caiado é o cidadão, não é outdoors ou obras faraônicas”, salientou.

 

Caiado e o Governo Federal 

Uma das indagações ao administrador estadual foi referente à sua proximidade com o governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL). Caiado, inclusive, foi à Brasília diversas vezes, para solicitar algumas demandas, como a do próprio Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO), que pode ser liberado aos governadores, mas causa insatisfação dos produtores rurais.

“Estou extremamente ativo em Brasília, já dissemos para o ministro [da Economia] Paulo Guedes, que fizemos nosso dever de casa, mas não tivemos a reciprocidade na data esperada, que era abril. O projeto Mansueto é cheio de exigências, e sem objetividade alguma”, reclamou o governador, que tem ido à capital buscar resposta de suas demandas estaduais na União.

Caiado lembrou os 30% dos recursos do FCO, que serviriam para obras de investimentos nos Estados. Porém, de acordo com o gestor, está havendo muita “gritaria”. “Tenho cobrado que falta objetividade do governo federal”, disse. 

O governador, no entanto, destacou outras posições, como o apoio do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, com o a disponibilização de recursos para a área, e a decisão do presidente em privatizar a operação da Ferrovia Norte-Sul e fazer o lançamento de outra linha férrea em Anápolis. “Estou em Brasília porque posso queimar capital político para defender meu Estado”, afirmou o governador, acrescentando que ele tem sido bastante assíduo e objetivo. “Não tenho dado paz a eles”, concluiu.

No entanto, mesmo com toda sua movimentação, ainda não foi sinalizado o envio de ajuda para superar a calamidade financeira. “Esse é o lado que tem me tirado 100% da tranquilidade, pela responsabilidade que tenho como governador. Sou bastante ativo em Brasília sim, porque fiz o dever de casa e é por isso que vou continuar cobrando essa ajuda do ministro Paulo Guedes”, pontuou.

 

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