“Lula se dispõe a dialogar com a oposição”, diz Paim
Senador petista diz que o ex-presidente afirmou, em encontro em Brasília, que se for para ajudar o Brasil ele aceitaria ocupar um ministério.
Venceslau Pimentel
O senador Paulo Paim (PT-RS) disse ontem, em Goiânia, que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, caso decida aceitar convite da presidente Dilma Rousseff para ocupar um ministério, vai viajar pelo país, em busca de diálogo com empresários, trabalhadores e com a até a oposição.
O assunto foi tratado no café da manhã, na residência oficial do presidente do Senador, Renan Calheiros (PMDB-AL), na quarta-feira, em Brasília. “Eu percebi que Lula resiste à ideia (de se tornar ministro). Ele enfatizou muito essa linha de raciocínio, que se for para ajudar o Brasil, ele se dispõe a fazer qualquer coisa. E se ele aceitar, ele disse que será por medo de ser preso”, disse Paim, pouco antes de participar de audiência pública sobre o projeto que regulamenta contratos de terceirização e as relações de trabalho deles decorrentes, do qual é o relator no Senado.
O pedido de prisão preventiva do ex-presidente foi feito pelo Ministério Público de São Paulo, e anunciado na tarde de quarta-feira, juntamente com outras seis pessoas envolvidas, entre elas, o empreiteiro Léo Pinheiro, da OAS, e o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. A denúncia envolve Lula pela suposta tentativa de esconder que é dono do apartamento tríplex, em Guarujá, no litoral paulista. A decisão está nas mãos da juíza Maria Priscilla Veiga Oliveira, da 4ª Vara Criminal de São Paulo. “Lula não disse se aceitaria (ocupar o projeto). Eu tenho muito cuidado (em relação a isso), mas ele poderá até aceitar”.
Para o senador petista, a prisão de Lula, que já é idolatrado, fatalmente haveria uma comparação ex-presidente da África do Sul, Nelson Mandela que ficou 27 anos no cárcere. “Mas por aqui ele não vai ficar preso. Se depender da explicação que ele nos deu”.