Câmara elege comissão especial do impeachment
Comissão será formada por 65 deputados titulares e 65 suplentes de 24 partidos. O deputado goiano e presidente do PTB, Jovair Arantes, será o relator.
A Câmara dos Deputados elegeu ontem, por 433 votos sim e apenas um contrário, a comissão especial do impeachment da presidente Dilma Rousseff. A comissão é composta por 65 titulares e 65 suplentes de 24 partidos da Casa. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) anunciou ontem mesmo a instalação da comissão. Antes, haverá uma reunião de líderes aliados e a intenção. O voto contra foi do José Airton Cirilo (PT-CE)
A sessão foi aberta pouco depois da um da tarde e, no início, líderes da base aliada e da oposição pediram a palavra e pregaram serenidade nas decisões relativas à eleição da comissão especial do impeachment. Pedidos feitos pelos deputados, como o de garantir a inclusão dos nomes do PP na chapa onde seriam eleitos os representantes dos outros partidos e a aceitação da troca de nomes no PMDB, foi submetida por Cunha ao plenário e aceitos por todos. Mas, a sessão começou a ficar mais tensa com discursos de lado a lado feitos na tribuna e nos microfones.
Deputados da oposição usavam pequenas fitas verde amarelo no pescoço ou amarradas na cabeça e apresentaram cartões vermelho com a inscrição impeachment. A todo momento, levantam os cartões pedindo renuncia. Deputados do PT e do PC do B, reagiam gritando “golpe, golpe”.
Logo depois do anúncio da eleição, deputados cantaram o hino nacional.
O deputados incluíram na chapa, os nomes dos deputados do PP que não tinha sido indicados a tempo e seriam submetidos a uma eleição suplementar. No plenário, deputados da base e da oposição adotaram uma postura de serenidade e entendimento, sem discursos inflamados ou contestações.
O PMDB definiu os nomes dos integrantes, abrindo espaço para três deputados declaradamente pró-impeachment entre os oito titulares. Mas, segundo o líder, não foi discutido na reunião de bancada desta manhã o posicionamento a ser adotado pela bancada na votação.
“O mérito em relação ao processo não foi discutido na reunião. A bancada está unida, apresentou seus nomes unidos, e o voto é o desfecho do processo. Partimos unidos na largada, no espírito de buscar serenidade para o desfecho do processo”, justificou Picciani.
Os partidos de oposição e da base aliada se articulam para tentar emplacar a eleição do deputado que vai presidir e o que vai relatar o processo. (AG)