‘Cometi erros, mas não crimes’, diz presidenta Dilma Rousseff
Em seu último pronunciamento antes do afastamento, Dilma reiteirou que está sendo vítima de um golpe e afirmou que lutara até o fim ‘pela democracia’
Jéssica Chiareli
A presidenta Dilma Rousseff fez um pronunciamento na manhã de hoje (12), no Palácio do Planalto, depois de receber a intimação de afastamento por um período de até 180 dias. O documento foi entregue pelo senador Vincentinho Alves (PR/TO).
Em seu último discurso até a decisão do impeachment, Dilma reafirmou que está sendo vítima de um golpe e que não cometeu crime de responsabilidade fiscal. “Posso ter cometido erros, mas não cometi crimes. Estou sendo julgada injustamente por fazer tudo o que a lei permite fazer”, disse.
A presidenta também afirmou que, assim como em administrações anteriores, fez apenas atos necessários de governo e ‘que se trata de um ato corriqueiro de gestão e não crimes’, referindo-se às pedaladas.
Golpe
Durante o pronunciamento, Dilma Rousseff comentou ainda que o impeachment traz riscos para a democracia e também para as conquistas dos últimos anos. Além de destacar que o governo de Temer não é legítimo. “Um governo de nasce do golpe, de um impeachment fraudulento, nasce de uma espécie de eleição indireita”, afirmou.
Luta
No final da sua fala, que durou cerca de 15 minutos, a presidenta convocou o povo a lutar pela democracia e afirmou ter certeza de que a população dirá não ao golpe. Dilma declarou também não imaginar que seria preciso lutar de novo contra um golpe no Brasil e que não abrirá mão de seu mandato.
“O povo sabe que nossa história é feita de luta. A democracia é o lado certo da história, nunca desistirei de lutar”, conclui.
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