Mardem Costa Jr. 

O deputado Jovair Arantes (PTB-GO) retornou ontem (24) a Brasília, após um tour pelo Brasil em busca de apoios individuais de deputados para sua candidatura à presidência da Câmara dos Deputados, já que não conseguiu o apoio oficial de nenhum partido e viu o PSD de Rogério Rosso (DF) definir apoio ao atual presidente, Rodrigo Maia (DEM-RJ), seu maior concorrente.

Aliados do petebista admitem que o democrata é favorito para a eleição do próximo dia 2, porém torcem para que a votação secreta possa beneficiá-lo, principalmente entre parlamentares de legendas que já fecharam ou pretendem fechar com Maia, porém descontentes com o apoio.  O parlamentar fluminense também conseguiu ontem a adesão do PSB, com 34 deputados, porém um grupo de pessebistas não deve seguir a decisão da cúpula.

A queda da liminar que impedia a reeleição do atual presidente foi encarada como uma “ducha de água fria”, nos correligionários do goiano, que apostaram suas fichas no impedimento para demover colegas pretensos a apoiar Maia. A última aposta é que o Supremo Tribunal Federal (STF) decida contra o presidente, mas as chances são remotas.

Jovair esteve nos últimos dias nos estados do Norte e Nordeste. Boa Vista (RR), Macapá (AP), Porto Velho (RO) e Manaus (AM) foram os últimos destino do goiano, que se reuniu com parlamentares federais, lideranças do PTB e com governadores de Roraima, Suely Campos (PP), do Amapá, Waldez Góes (PDT) e de Rondônia, Confúcio Moura (PMDB). 

Apesar de ser um dos líderes do Centrão – composto por PP, PSD, PTB, PR e legendas nanicas – Arantes não conseguiu o apoio de nenhuma das siglas e assiste ao esfacelamento do grupo, agravado com a derrocada de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), grande incentivador da articulação. O PR já tinha anunciado apoio a Maia e a tendência é que o PP siga o mesmo caminho.

PT

A possibilidade do PT apoiar Maia ou Jovair à presidência da Câmara dos Deputados ainda não é aceita por um grupo de deputados da legenda. O deputado Vicente Paulo da Silva, conhecido como Vicentinho (PT-SP), enviou uma gravação aos colegas alegando que não tem condições de votar num “golpista”.

Setores do partido gostariam que André Figueiredo (PDT-CE) fosse ungido pela cúpula petista. No entanto o próprio líder do PT na Câmara, Carlos Zarattini (SP) já tinha deixado claro que a legenda não pretende ficar fora da Mesa Diretora da Casa ainda que seja necessária uma aliança com o democrata ou o petebista, que apoiaram o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.