Supremo nega pedido de liberdade para a irmã de Aécio Neves
Por 3 votos a 2, a Turma seguiu o voto divergente do ministro Luís Roberto Barroso, que se manifestou pela manutenção da prisão
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF)
decidiu hoje (13) negar pedido para libertar Andrea Neves, irmã do senador
afastado Aécio Neves (PSDB-MG), presa no mês passado, em Belo Horizonte, por
determinação do ministro Edson Fachin. Andrea foi presa na operação da Polícia
Federal deflagrada a partir das delações da JBS. O colegiado julgou um recurso
apresentado pela defesa de Andrea.
Por 3 votos a 2, a Turma seguiu o voto divergente do
ministro Luís Roberto Barroso, que se manifestou pela manutenção da prisão.
Segundo o ministro, mesmo com a apresentação de denúncia pela
Procuradoria-Geral da República (PGR), Andrea deve continuar presa porque
outros fatos supostamente criminosos estão sendo apurados na investigação da
JBS, que ainda está em andamento. O entendimento foi acompanhado pelos
ministros Rosa Weber e Luiz Fux. A Turma
é composta por cinco ministros.
O relator do pedido de liberdade, ministro Marco Aurélio,
e Alexandre de Moraes foram vencidos. De acordo com o relator, a prisão
preventiva não pode ser mantida apenas pela suposição da PGR de que Andrea
poderia interferir nas investigações. Além disso, o ministro levou em conta que
ela é ré primária e não possui antecedentes criminais.
Durante o julgamento, sem contestar o mérito das
acusações, a defesa de Andrea pediu a substituição da prisão por medidas
cautelares. Segundo os advogados, Andrea já foi denunciada pela PGR, e, por
isso, não há necessidade da manutenção da prisão para garantir o andamento das
investigações, conforme sustenta a procuradoria.
Na investigação que foi aberta no STF, a irmã do senador
é acusada de intermediar o pagamento de R$ 2 milhões pelo empresário Joesley
Batista, dono da empresa JBS. Em depoimento de delação, o empresário também
afirmou que Andrea teria solicitado R$ 40 milhões para a compra de um
apartamento.
(Agência Brasil)