Em manhã tensa na fronteira, Maduro e Guaidó convocam manifestações
Presidente interino da Venezuela clama por paz nas redes sociais
O autodeclarado presidente em exercício da Venezuela Juan Guaidó
publicou mensagem no Twitter, neste sábado (23), convocando a
população para uma mobilização em massa pelas ruas do país para
pressionar as Forças Armadas [FANB] a deixar que caminhões com
doações de cunho humanitário entrem no país. Está prevista pra
hoje a entrega de alimentos e medicamentos para a população da
Venezuela pelas fronteiras do Brasil e de Colômbia.
“Vamos em paz,
sem violência e com determinação de mudanças para exigir que a
ajuda humanitária entre”, publicou Guaidó orientando os
manifestantes a vestirem branco e entregarem mensagens a militares em
quartéis para apoiarem a entrada da ajuda no país. Guaidó também
advertiu as FANB: “Hoje vocês têm a vida de centenas de
milhares de Venezuelanos em suas mãos. Todo o país e o mundo estão
com os olhos voltados a vocês. Decidam bem”.
Tensão nas
fronteiras
As fronteiras do país com Brasil e Colômbia foram
fechadas por ordem do presidente Nicolás Maduro. Os apoiadores do
presidente chavista também prometem uma “mobilização
revolucionária” neste sábado em Caracas, capital da Venezuela,
“em rejeição a práticas intervencionistas do governo dos Estados
Unidos”, que como o Brasil apoiam Juan Guaidó. Maduro deixou em
alerta as Forças Armadas Nacionais Bolivarianas.
Na manhã deste
sábado, também pelas redes sociais, a vice-presidente do governo de
Maduro comunicou a ordem de fechamento de três pontes que ligam a
Venezuela à Colômbia.
O deputado
Assembleia Nacional Venezuelana Miguel Pizarro, presidente da
comissão especial para a ajuda humanitária, orienta que os
manifestantes digam aos militares que o propósito de ajuda é
humanitário: “não é para confrontar as Forças Armadas” e que
a entrada dos mantimentos “não é uma derrota aos militares,
porque eles sofrem o mesmo que nós”.
Ontem, o dia começou
tenso e com confrontos entre militares e manifestantes na fronteira
do Brasil com a Venezuela. De acordo com parlamentares, duas pessoas
morreram e 15 ficaram feridas. Pelo menos sete venezuelanos baleados
foram conduzidos para hospitais em Boa Vista, Roraima. As vítimas
são indígenas, segundo parlamentares e organizações não
governamentais.
Agência Brasil