Datafolha: 72% discordam da frase de Bolsonaro sobre armar a população
Pesquisa, que ouviu, por telefone, 2.069 pessoas, mostra que apenas 24% dos entrevistados concordam com declaração| Foto: Reprodução/ Vídeo
Da Redação*
A maioria dos brasileiros rejeita a afirmação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de que é preciso armar a população para que não sejam escravizadas. Segundo pesquisa do Instituto Datafolha, 72% dos entrevistados discordam da argumentação feita por Bolsonaro na reunião ministerial do dia 22 de abril, cuja gravação em vídeo foi divulgada por ordem do ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo a pesquisa, apenas 24% concordam com a declaração do presidente, enquanto 2% não concorda nem discorda e outros 2% não souberam responder.
“Eu quero todo mundo armado. Que povo armado jamais será escravizado”, disse Bolsonaro na reunião com os ministros, ao criticar as medidas tomadas por governadores e prefeitos para manter o isolamento social em meio à pandemia do coronavírus.
A tese do presidente é de que o armamento seria uma forma de garantir que a população resistisse às medidas impostas pelos governantes adversários políticos de Bolsonaro. A declaração foi feita no dia anterior à publicação de uma portaria que elevou a quantidade de munições que civis com posse e porte de armas podem comprar.
O levantamento ouviu 2.069 pessoas nos dias 25 e 26 deste mês por telefone celular, e não presencialmente, como é prática do instituto. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais.
A pesquisa mostra ainda que o argumento de Bolsonaro encontra um apoio ainda menor entre as mulheres: a rejeição à frase é de 80%, enquanto 16% das entrevistadas concordam com a frase do presidente. Entre os homens, 62% discordam e 34% concordam com a declaração de Bolsonaro.
Entre os empresários, núcleo em que Bolsonaro conta com um grupo expressivo de apoiadores, há um empate técnico entre as posições: o índice de discordância é de 50% e o de concordância, 46%. Entre os desempregados, no entanto, 78% dos entrevistados discordam do argumento do presidente e apenas 20% concordam com a afirmativa.
*Com informações da Agência O Globo