Nielton Soares

O governador Ronaldo Caiado (DEM)
criticou, na quinta-feira (2), a atitude do colega governador do Distrito
Federal, Ibaneis Rocha (MDB), que decidiu pela reabertura total do comércio em
Brasília.

Segundo Caiado, o governador Ibaneis
está tratando a Covid-19 como uma gripe, ao decretar o funcionamento total das atividades
econômicas, na cidade, que geograficamente está incrustado dentro do território
goiano e cria uma situação de interdependência entre as gestões, por exemplo na
região do Entorno do DF.

Do lado goiano, Caiado tem tornado
mais rígida as medidas para conter a disseminação, o decreto mais recente, que
reeditou a primeira medida de março, trata-se de um escalonamento intermitente para
o comércio, de 14 dias abertos e 14 fechados.

Uma vez que Goiás está voltando a
ter aumento de casos de Covid-19, ultrapassando as 600 pessoas mortas pela
doença e já passa das 27 mil confirmações, nesta sexta-feira (3). E, lá, no DF,
o governador Ibaneis decidiu pela reabertura dos estabelecimentos, mesmo o crescente
número de pessoas com a doença.

“Essa situação vai fazer com
que o entorno de Brasília tenha um crescimento ainda maior no número de
contaminados. Enquanto eu estou segurando, com revezamento de 14 por 14 [dias
abertos e dias fechados], ele está liberando geral? Não tem como Goiás suportar
isso”, afirmou Caiado.

Ele se orgulha sempre e repete
ser o único governador de estado atualmente que é médico, e por isso entende a situação
pela qual passa o Estado e o Brasil, para assim defender tanto isolamento quanto
o distanciamento social como medida evitar o colapso do sistema de saúde.

“Não estou entendendo o que
ele está fazendo. Com os hospitais todos lotados… Vou pedir uma ponderação da
parte dele, porque a abertura dele terá reflexo direto em mim. Em Brasília as
pessoas têm maior poder aquisitivo, plano de saúde, no entorno não tem nada
disso”, salientou Caiado.

Entorno

O governador contou que que os
hospitais dos municípios vizinhos à Brasília têm ocupação acima de 80% e todas
as três unidades de saúde que há na região já foram construídas ou reformadas
nesta pandemia. Inclusive, uma delas em Águas Lindas de Goiás, uma das mais
populosas com 212 mil habitantes – hospital de campanha construído pelo Governo
Federal.