Maioria dos brasileiros ainda prefere voto em urna eletrônica, aponta Datafolha
Pesquisa divulgada neste final de semana afirmou que 3 em 4 preferem continuar com o sistema atual | Foto: Luca de Menezes
Da Redação
De acordo com uma pesquisa da Datafolha realizada de 8 a 10 de dezembro e divulgada neste final de semana pela Folha de São Paulo, 73% dos brasileiros prefere que o sistema de voto em urna eletrônica seja mantido no país. Os dados equivalem a 3 entre 4 que optaram a continuar com o sistema atual. Já na opinião de 23%, a volta do voto em papel seria a melhor opção e 4% responderam não saber.
A pesquisa se deu em base à polêmica da segurança das urnas que se intensificou após a eleição presidencial de 2014, e ganhou mais adeptos em 2018 e 2020, mesmo sem comprovações nestes últimos anos de que os equipamentos pudessem ser corrompidos. O próprio presidente Jair Bolsonaro (sem partido) chegou a questionar o resultado das urnas em 2018. Ele disse que, se não houvesse fraude, ele seria eleito em primeiro turno.
Na contramão do presidente, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tem promovido campanhas de esclarecimento e comprovações de que a tecnologia das máquinas são confiáveis. Em seu site oficial, o TSE diz que “a Justiça Eleitoral utiliza o que há de mais moderno em termos de segurança da informação para garantir a integridade, a autenticidade e, quando necessário, o sigilo. Esses mecanismos foram postos à prova durante os Testes Públicos de Segurança realizados em 2009 e 2012, nos quais nenhuma tentativa de adulteração dos sistemas ou dos resultados da votação obteve êxito. Além disso, há diversos mecanismos de auditoria e verificação dos resultados que podem ser efetuados por candidatos e coligações, pelo Ministério Público (MP), pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e pelo próprio eleitor.”
Apesar de começarem a ser usadas nos anos 90, as urnas eletrônicas foram adotadas pela primeira vez em todo o país no ano 2000. Na época, o TSE divulgou que o modelo de votação, contagem e divulgação dos dados era pioneiro, único no mundo. E, recentemente, foi reforçado que o sistema “não é hackeável”, ou seja, não pode ser fraudada.
A pesquisa do Datafolha alcançou 2.016 brasileiros adultos em todas as regiões e estados do país, por telefone, com ligações para aparelhos celulares (usados por 90% da população). A margem de erro é de dois pontos percentuais e, do total de entrevistados, 69% disseram que confiam muito ou um pouco no sistema de urnas informatizadas, que passou a ser adotado gradualmente em 1996. Outros 29% responderam que não confiam.