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quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
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TENSÃO

Após críticas de Rodrigo Maia, Democratas divulga nota e Caiado se posiciona

Ex-presidente da Câmara dos Deputados havia dito que governador de Goiás e o presidente nacional do DEM, Antonio Carlos Magalhães Neto, não tinham caráter | Foto: reprodução

Postado em 8 de fevereiro de 2021 por Carlos Nathan Sampaio
Após críticas de Rodrigo Maia
Ex-presidente da Câmara dos Deputados havia dito que governador de Goiás e o presidente nacional do DEM

Nathan Sampaio

O presidente nacional do DEM, Antonio Carlos Magalhães Neto, e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM) foram duramente criticados pelo ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ) em entrevista ao jornal Valor Econômico publicada nesta segunda-feira (8/2). Além de repetir que vai se desfiliar do partido por se sentir “traído” por ACM, ele também julgou Caiado por “defender” o bloco de Baleia, e concluiu dizendo que faltou “caráter” aos dois. 

Em resposta rápida, ambos democratas rechaçaram as falas de Maia sobre “traição” da direção do partido a ele ou uma adesão da sigla ao governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) durante a eleição para a escolha do novo presidente da Casa. ACM Neto chegou a dizer, em nota, que Rodrigo Maia se “encastelou no poder conquistado e, agora, demonstra surpreendente descontrole”. Além disso, afirmou que “dá pena vê-lo deixar, de forma tão lamentável, a posição de liderança que exerceu”. 

Já Ronaldo Caiado, publicou no Twitter a entrevista de Maia e respondeu que o deputado foi “acometido por uma síndrome que atinge com muita frequência as pessoas que não aceitam deixar o poder: síndrome da ansiedade de poder”, além disso, chegou a dizer que caso é “de internação hospitalar”. 

Além disso, o governador de Goiás lembrou que o ex-presidente da Câmara tentou ir contra a Constituição Federal para tentar uma reeleição. “Com a negativa do STF, tentou um movimento desesperado, de imposição, sem qualquer unidade e coerência”, disse, completando que maia “desrespeitou toda a bancada de um partido que sempre lhe apoiou.”

O Partido Democratas, por sua vez, também publicou uma nota sobre o assunto. Confira na íntegra:

Em entrevista publicada nesta segunda-feira (8) pelo jornal Valor Econômico, o deputado Rodrigo Maia (RJ) apresenta uma leitura da eleição para a presidência da Câmara que não corresponde aos fatos. Nada mais distante da realidade do que a narrativa que ele vem tentando estabelecer. Não houve traição da Executiva do Democratas, nem adesão ao governo Bolsonaro.

Infelizmente, o deputado Rodrigo Maia tenta transferir para a presidência do Democratas a responsabilidade pelos erros que ele próprio cometeu durante a condução do processo de eleição da Mesa Diretora da Câmara.

No empenho em transferir as responsabilidades pelo seu fracasso, Rodrigo Maia tenta negar que insistiu, até o último momento, na possibilidade de conseguir o aval do Supremo Tribunal Federal (STF) para se perpetuar no cargo de presidente da Câmara. Todos sabem que Rodrigo Maia tinha um único candidato à presidência da Câmara, que era ele mesmo. Quando o STF derrubou a possibilidade de reeleição, o deputado perdeu força para conduzir sua sucessão e chegou ao final do processo contando com o apoio de apenas um terço da bancada do seu próprio partido.

Rodrigo, que tinha a fama de grande articulador, fracassou nessa empreitada. Essa é a realidade. 

Ao invés de escutar quem sempre esteve ao seu lado, e fazer com serenidade e honestidade o exercício da autocrítica, o deputado Rodrigo Maia se encastelou no poder conquistado e, agora, demonstra surpreendente descontrole. A falta de grandeza e a deslealdade causam profundo estranhamento.

A mais grave de todas as falácias de sua narrativa é exatamente a de procurar jogar no colo do Democratas uma conta que não é nossa. Ganhar e perder é próprio da vida e da política e, no entanto, as atitudes de Rodrigo Maia lembram os tristes exemplos de políticos que se recusam a reconhecer derrotas e não querem se desapegar do poder.

O Democratas é um partido que não tem dono, não somos um cartório. Como presidente, e sem ter um mandato parlamentar neste momento, não posso ser maior que o conjunto da bancada.Por fim, lamento muito as palavras do deputado Rodrigo Maia e acrescento que não guardo rancor ou ódio de ninguém, porque não me permito ficar refém de sentimentos tão negativos. Diferentemente do que preconizam vozes preconceituosas, ou ingênuas, minha vida pública sempre foi pautada pelo diálogo, pelo entendimento e pelo exercício do equilíbrio entre a razão e a emoção.

Torço muito para que o deputado Rodrigo Maia reencontre o equilíbrio e a serenidade. Rodrigo Maia foi um presidente da Câmara importante para o Brasil e dá pena vê-lo deixar, de forma tão lamentável, a posição de liderança que exerceu.

Antonio Carlos Magalhães Neto

Presidente Nacional do Democratas 

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