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segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
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Depoimento

Mayra Pinheiro, a capitã Cloroquina, nega que defendeu imunidade de rebanho

Durante o depoimento à CPI da Covid no Senado, a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, nega que tenha apoiado o uso da tese de imunidade de rebanho. Conhecida como “Capitã Cloroquina”, a médica pediatra foi contraditória no depoimento, pois foi mostrado durante a CPI um vídeo […]

Postado em 25 de maio de 2021 por Pedro Jordan
Mayra Pinheiro
Secretária do Ministério da Saúde se contradiz em depoimento da CPI do Covid-19. Foto : Reprodução

Durante o depoimento à CPI da Covid no Senado, a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, nega que tenha apoiado o uso da tese de imunidade de rebanho. Conhecida como “Capitã Cloroquina”, a médica pediatra foi contraditória no depoimento, pois foi mostrado durante a CPI um vídeo onde ela afirma que o isolamento atrapalhou a estratégia do Ministério da Saúde, pois ela defende na fala deste vídeo que as escolas e comércios deveriam continuar abertos, e só os idosos se isolarem em casa.

De acordo com Mayra, as escolas deveriam continuar funcionando, pois segundo ela, as crianças pegariam a doença de maneira assintomática, e que elas não precisavam se isolar. “Eu falo como pediatra que os pequenos poderiam perder, eu acho que o efeito rebanho não pode ser usado com toda a população”, salienta.

O presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSB – AM) perguntou a ela se houve alguma influência de alguns dos ministros que passaram pela pasta, ou do presidente sobre adotar a medida de imunidade de rebanho ou do uso da cloroquina como protocolo. Ela afirmou que sobre a imunidade não foi repassada essa orientação, e que sobre a cloroquina, foi adotado apesar da orientação diferente da Organização Mundial de Saúde (OMS), por conta de que cada país tem autonomia em suas ações.

Quando indagada pelo relator da CPI, Renan Calheiros (MDB AL), sobre o uso de medicamentos como cloroquina, invermectina, dentre outros, e sua recomendação para o protocolo de uso no SUS. Ela falou que é contra o uso nos casos já mais graves, pois há comprovação que não há eficácia nessas situações, mas que no começo da contaminação pode contribuir e tem sido utilizado em alguns países.

Renan indagou sobre quais pesquisas que foram utilizadas para adotar esse uso dos medicamentos de tratamento precoce, e Mayra cita que foram administradas doses seguras para garantir que não houvesse riscos aos pacientes que fossem submetidos aos mesmos.

Crise de Manaus

A secretária foi autorizada pelo Superior Tribunal Federal (STF) a ficar em silêncio quando houverem perguntas sobre a crise do oxigênio no estado do Amazonas, que ocorreu no período de dezembro de 2020 e janeiro de 2021, pois ela é réu nesse inquérito.

Renan perguntou sobre a questão de transferência dos pacientes de Manaus para outros municípios do país, pedindo números de pacientes transportados, de quantos foram vitimados sem leito de UTI, porém, a secretária não sabia responder a quantidade exata.

De acordo com documento lido pelo relator, um documento enviado ao governo do Amazonas em que diz como “inadmissível” a não adoção do uso da Cloroquina como medicamento no tratamento do Coronavírus. Mayra confirmou a informação, e que a culpa da crise foi a não adoção das orientações do ministério da saúde. “Foram muitos problemas, não vim para apontar responsabilidades, só para relatar o que eu vi”, reforça

Mayra afirmou que o Ministério da Saúde não tem nenhuma responsabilidade sobre essa crise, pois segundo ela, no Amazonas não havia nenhum planejamento, não haviam testes, pacientes com e sem covid-19 ficavam misturados, e ela reforça que, os agentes de saúde de Manaus foram dispensados, eram mais de 1.200 segundo ela.

Outra contradição no depoimento de Mayra é que ela cita que tomou conhecimento sobre o desabastecimento de Oxigênio pelo Ministro no dia (08/01/21), porém, o Pazuello “que era o ministro na época” afirmou na CPI que ficou sabendo do problema no dia (10/01/21). “O próprio ministro falou aqui que soube da falta de oxigênio na capital amazonense no dia 10, a senhora fala que ele lhe falou no dia oito, não tem como ele ter lhe falado dois dias antes da data em que ele afirma ter ficado sabendo”, comenta Calheiros.

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