O presidente da Câmara dos Deputados, deputado Arthur Lira (PP-AL), pautou nesta terça-feira (06/07), a urgência de um Projeto de Lei (PL) do Planalto que autoriza a exploração da iniciativa privada de todos os serviços postais. O projeto de privatização dos Correios foi uma das promessas de campanha do presidente Jair Bolsonaro (Sem partido).

Em entrevista ao jornal O Hoje, o deputado federal Elias Vaz (PSB-GO), comentou o projeto que, segundo ele, é uma estratégia do governo Bolsonaro junto a Lira para “passar a boiada”. “Eles votaram projetos que conflitam com interesses da sociedade, já que há uma dificuldade de ter uma mobilização da sociedade, e colocam essas votações a toque de caixa”, diz.

Para Elias, os Correios é uma empresa histórica que gera riqueza ao Brasil, e com projetos de privatização a intenção é aumentar lucros de empresas privadas e precarizar a situação dos trabalhadores. “É preciso lembrar que os Correios geraram lucro de R$ 1,5 bilhão, portanto é uma empresa que gera riqueza ao país. E eles querem passar isso para a iniciativa privada”, complementa.

“Nós temos experiência em Goiás com empresas privatizadas, um exemplo é a energia elétrica, onde o serviço piorou e ficou mais caro. E na verdade, o que vai acontecer é aumentar o lucro das empresas e precarizar a situação dos trabalhadores que hoje trabalham nos Correios. Não vejo sentido nessa privatização. É uma empresa histórica que gera lucro. Não vejo qualquer sentido em privatizar uma empresa que dá lucro, se desse prejuízo poderia ser até discutível”, completa.

Já o deputado Delegado Waldir (PSL-GO), acredita que a privatização deve ser aprovada. Para ele, emendas podem ser incluídas para proteger os empregados da estatal. “Tanto a urgência quanto o mérito devem ser aprovados. A privatização dos Correios é um projeto do Guedes e do Bolsonaro. Ele tem hoje apoio dos partidos do centro e com certeza a tendencia é que a privatização seja aprovada”, comenta. “Acredito que com a aprovação do projeto deva existir emendas que dê garantias aos funcionários das estatais, que são milhares”, complementa.

Ao defender a privatização, Waldir explica que há outros países onde o serviço postal é privatizado e funciona. “Existem outros países que tem o serviço postal privatizado. Se for pensar dessa forma se pensar lá atrás, quando foi privatizado a telefonia, ninguém queria. E veja hoje o fenômeno que é na iniciativa privada e a expansão que teve”, completa.