Sem entender política internacional, Vitor Hugo critica Biden e chama seu governo de “esquerda”
Deputado federal goiano atribuiu julgamento ao presidente e a vice dos EUA, dizendo serem “vergonha mundiais”, por conta dos recentes episódios no Afeganistão e foi criticado na internet. Entenda
Dois dias após o Talibã retomar o poder no Afeganistão, o deputado federal por Goiás, Major Vitor Hugo, do PSL, resolveu criticar o presidente e a vice dos Estados Unidos da América, Joe Biden e Kamala Harris, os chamando de “vergonha mundial”. Não bastando, ainda chamou o atual governo estadunidense de “esquerda”, o que é refutado por quase todos os especialistas em política internacional, já que tanto o partido de Biden, o Democrata, e o partido do ex-presidente do país, Donald Trump, o Republicano, sempre foram próximos com relação à condução de políticas. Confira a postagem publicada no Twitter do parlamentar:
Chamar o governo de Biden de esquerda, porém, está longe de ser um problema quando, na verdade, Vitor Hugo está criticando o atual presidente dos EUA por uma ação, a do Afeganistão, que ia ser igualmente repetida no governo Trump. Isso por quê, nota em que o acordo para retirada de tropas americanas do Afeganistão foi assinado por Trump, que queria completá-la ainda em 2020, Biden assumiu e levou o acordo adiante. A ideia, no momento da posse, era fazer a retirada em maio, mas não sendo possível, a situação foi adiada para agora. A triste situação, porém, não isenta Biden de erros, mas Trump não faria diferente, afirmam especialistas.
É grave que um comentário raso como o feito pelo deputado Major Vitor Hugo alcance pessoas que não entendem, realmente, o que está acontecendo no Oriente Médio. Apesar disso, muitos de seus seguidores ou internautas em geral corrigiram o parlamentar, explicando o que de fato faz sentido e foi dito na presente matéria.
“Passa vergonha não deputado”, disse um dos internautas em alerta ao político goiano.
Afeganistão
Como dito anteriormente, no último domingo (15/08), o Taleban, grupo que virou sinônimo de radicalismo fundamentalista islâmico derrubou o governo do Afeganistão 20 anos após ser expulso do poder pelos Estados Unidos. Suas tropas entraram em Cabul pela primeira vez desde 2001, quando tiveram de se retirar da capital sob as bombas norte-americanas e britânicas que abriram caminho para forças adversárias da chamada Aliança do Norte.
Agora, a entrada ocorreu sem resistência, apesar de relatos de tiroteios esporádicos na madrugada de domingo. Hospitais da cidade reportaram cerca de 40 feridos leves. Mesmo assim, no dia seguinte a tomada, situação causou uma corrida da população de Cabul aos bancos e ao aeroporto da capital para tentar fugir do país. Vídeos nas redes sociais mostram uma multidão de pessoas, especialmente famílias, no Aeroporto Internacional Hamid Karzai, próximo à capital, andando pelas pistas, em meio a veículos militares e aviões.
Depois de dois dias intensos, notícias desta terça-feira (17) aponta que, em sua primeira entrevista coletiva desde a tomada de Cabul, o porta-voz do Taleban disse que o grupo quer paz e negou represálias contra antigos adversários, afirmando que os direitos das mulheres serão protegidos – dentro do “arcabouço do Islã”, o que não ajuda muito a ter otimismo.