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sábado, 23 de novembro de 2024
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Saúde

Alvo de operação da Polícia Civil de Brasília atua em OS de Goiás

Investigada sob suspeita de superfaturamento, a RTD Soluções e Imagem é contratada por OS que presta serviço para o hospital de campanha de Luziânia

Postado em 27 de agosto de 2021 por Redação
Alvo de operação da Polícia Civil de Brasília atua em OS de Goiás
Investigada sob suspeita de superfaturamento

Por Yago Sales

O Instituto Hospital de Base (IHB) e a Secretaria de Saúde do Distrito Federal terão de esclarecer ao Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) por que contrataram a empresa RTD Soluções em Imagem, por meio da empresa Diagnose, especializada em serviços de radiologia, no valor de R$ 21,8 milhões ao ano.

A RTD Soluções e Imagem Ltda, empresa alvo da operação Medusa, que cumpriu mandado de busca e apreensão na casa do secretário Estadual de Saúde de Goiás (SES-GO), Ismael Alexandrino na manhã de ontem, quinta-feira (26), sob suspeita de superfaturamento em contrato em unidade de saúde do Distrito Federal (DF), mantém contrato com o governo do Estado de Goiás, por meio da Organização Social Instituto de Medicina, Estudos e Desenvolvimento (IMED) com valor de R$ 201.126,00 mensais. 

A empresa foi contratada em caráter de urgência, com dispensa de licitação, para execução das ações e serviços de saúde do Hospital de Campanha, implantado nas dependências do Hospital Regional de Luziânia (Contrato de Gestão Emergencial nº 027/2020 – SES / GO), com a finalidade, sobretudo, de atender a demanda dos pacientes portadores da COVID-19.  

A RTD Soluções e Imagem Ltda vivia uma batalha judicial para manter a prestação de serviço de radiologia no Instituto de Gestão Estratégica em Saúde do Distrito Federal (Iges-DF), que administra o Hospital de Base (HB-DF). Antes de assumir a pasta da Saúde goiana, Alexandrino era diretor-presidente do hospital. 

A Polícia Civil do Distrito Federal foi à residência do secretário em uma casa de luxo, no condomínio Aldeia do Vale, onde foram apreendidos um pendrive e uma espingarda. A intenção da operação é entender como funcionava um suposto esquema envolvendo servidores, empresários e o secretário, gestor da unidade onde o serviço era prestado por meio do Contrato nº. 74/2018, estimado no valor 19,8 milhões. 

O processo de contratação se iniciou em junho de 2018, mas uma série de denúncias surgiram em torno da contratação da empresa. O Ministério Público de Contas (MPC), por exemplo, afirmou que não houve publicidade à seleção. Além disso, contestou o valor da contratação e apontou que não havia justificativa de se terceirizar a equipe médica de radiologistas. Segundo o órgão, havia 26 profissionais no Hospital Base na época em que o governo do Distrito Federal firmou o contrato. A procuradora-geral na ocasião, Cláudia Fernanda Pereira, elencou esses pontos e disse, em uma entrevista ao jornal Correio Braziliense: “Todos esses fatos levantam graves suspeitas em relação à publicidade, que a nosso ver restringiu em muito a participação de outras empresas”.

A reportagem do O Hoje ligou cinco vezes durante a tarde de ontem (26) para o telefone do secretário Ismael Alexandrino, mas não foi atendido. Acerca do do contrato, a assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde não havia respondido até o fechamento desta edição. 

Já o empresário Felipe Endle, proprietário RTD Soluções em Imagem, confirmou à reportagem que mantém o contrato com a Organização Social Instituto de Medicina, Estudos e Desenvolvimento (IMED), mas que não comentaria a operação. Por outro lado, a assessoria de imprensa da empresa enviou uma nota em que esclarece que mantém o contrato há alguns anos com o Hospital de Base de Brasília, na área de exames radiológicos, por meio da empresa Diagnose e que “desenvolve o trabalho com fiel cumprimento das cláusulas do contrato firmado com o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF)”. 

Ainda segundo a nota, “nada foi encontrado, eis que o nosso trabalho é norteado pela ética, honestidade e respeito às leis” e que a empresa está “à disposição dos órgãos de investigação para colaborar com qualquer esclarecimento ou elementos que possam auxiliá-los”. Sobre o contrato firmado com o governo de Goiás, por meio do IMED, a assessoria não quis comentar.

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