Comentários de Bolsonaro frustram reaproximação com Caiado
Após divulgar agenda que participaria de evento no Palácio do Planalto, na tarde dessa quinta-feira (03/09), o governador Ronaldo Caiado (DEM) cancelou o compromisso. A decisão ocorreu após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fazer referência ao governador de Goiás, durante conversas com apoiadores. “Um aqui do Centro-Oeste, fala grosso o cara, diz que está […]
Após divulgar agenda que participaria de evento no Palácio do Planalto, na tarde dessa quinta-feira (03/09), o governador Ronaldo Caiado (DEM) cancelou o compromisso. A decisão ocorreu após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fazer referência ao governador de Goiás, durante conversas com apoiadores.
“Um aqui do Centro-Oeste, fala grosso o cara, diz que está 32% o preço fixo, mas ele não fala que o 32% é em cima do valor total na bomba e tinha que ser em cima do preço da usina, da refinaria”, afirmou o chefe da República.
Porém, na realidade o índice de aplicação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre a gasolina no Estado, é de 30%. Já em outra referência ao discurso de Caiado, Bolsonaro reconheceu: “Eu sei que prefeitos e governadores têm dificuldade com a arrecadação, sei disso. Tem passivos, dívidas, mas vamos falar a verdade, pô!”.
O que seria uma reaproximação entre os dois políticos, se tornou uma frustação. O governador iria participar da cerimônia de lançamento do Programa de Autorizações Ferroviárias, o Pro Trilhos, criado para alavancar a concessão de autorizações ferroviárias no país.
Além desse compromisso, constava da agenda do democrata a presença na reunião do Fórum Nacional de Governadores, que também foi cancelada, após a repercussão das declarações do presidente.
Distanciamento
Recentemente, interlocutores de Caiado e Bolsonaro já vinham percebendo um distanciamento entre os dois nas últimas semanas. Nesse contexto, a visita do presidente à Goiânia, no último fim de semana, deixou visível que ambos não estavam tão próximos.
Bolsonaro vinha reforçando o discurso que os preços altos dos produtos, como da gasolina, são de responsabilidade dos governadores. Em 31 de agosto, ele chegou a chamar os chefes dos Estados de mentirosos.
“Não é baixar (o ICMS). É fixar, como manda a constituição, uma emenda constitucional de 2001, um valor fixo do ICMS. Tem dois governadores, não vou falar o nome, que estão mentindo falando que eu estou mentindo. Eles é que estão mentindo”, disse Bolsonaro.