Setor privado tem papel fundamental na preservação do bioma
Iniciativa privada também é essencial na preservação do bioma
Em Goiás, uma das principais reservas de preservação do Cerrado é gerenciada pela iniciativa privada. Localizada em Niquelândia, o Legado Verdes do Cerrado é uma área de 32,5 mil hectares pertencente à CBA – Companhia Brasileira de Alumínio, uma das empresas da Votorantim S.A.
O diretor da Reservas Votorantim, David Canassa, que administra a reserva do Legado Verdes do Cerrado e do Legado das Águas, em São Paulo, diz que o Cerrado tem um papel central de ligação entre os outros biomas brasileiros.
o Cerrado brasileiro é reconhecido como a savana mais rica do mundo, abrigando 11.627 espécies de plantas nativas já catalogadas. A fauna tem aproximadamente 199 espécies de mamíferos conhecidas, a avifauna compreende cerca de 837 espécies e os números de peixes (1200 espécies), répteis (180 espécies) e anfíbios (150 espécies) são elevados.
Os valores também são bastante altos para anfíbios e répteis e, de acordo com estimativas recentes, o Cerrado é o refúgio de 13% das borboletas, 35% das abelhas e 23% dos cupins dos trópicos. No Legado Verdes do Cerrado toda essa biodiversidade também pode conviver, de maneira harmônica, em um território com um agronegócio significativo que se beneficia dos recursos da natureza e contribui com a manutenção da fauna e flora do Cerrado.
Para Canassa o projeto de reprodução de mudas pode ajudar a conservar espécies ameaçadas do Cerrado. “ No local são cultivadas 50 espécies diferentes, entre elas, aroeira, angico, baru, canela-de-ema, pitomba, guariroba, pequi e ipê. As plantas produzidas atendem à demanda de parceiros da Reserva, instituições e proprietários rurais, além de prefeituras em projetos de recuperação da flora e paisagismo urbano. O Legado conta também com um banco de sementes que reúne 2,9 milhões de amostras de 30 espécies para projetos de recuperação de nascentes e reflorestamento do Cerrado, comenta.
Berço da águas, o projeto conta ainda com o apoio de pesquisas científicas por parte da Universidade Federal de Goiás (UFG) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg). “ O estudo científico de biomonitoramento é pioneiro no país ao utilizar um peixe – o zebrafish (Danio rerio), também conhecido como paulistinha – para avaliar a qualidade da água e sedimento dos rios. O projeto está sendo realizado no Rio Traíras, que nasce no território do Legado Verdes do Cerrado e que é manancial de captação para abastecimento público dos 46 mil habitantes da cidade de Niquelândia, no Norte de Goiás. Está localizado no trecho superior da bacia do Rio Tocantins e é um dos afluentes pela margem direita do Rio Maranhão. Juntamente com o Rio das Almas, formam o Reservatório da Usina Hidroelétrica (UHE) de Serra da Mesa, o maior do Brasil em volume de água, com 54,4 bilhões de m³”, completa.