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terça-feira, 24 de dezembro de 2024
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Projeto

Dos três senadores goianos, só Kajuru diz não ao corte no ICMS

Projeto que estabelece novo cálculo foi aprovado pela Câmara dos Deputados e agora segue para votação no Senado

Postado em 16 de outubro de 2021 por Marcelo Mariano
Dos três senadores goianos
Projeto que estabelece novo cálculo foi aprovado pela Câmara dos Deputados e agora segue para votação no Senado | Foto: Reprodução

Com exceção de Jorge Kajuru (Podemos), a maioria dos senadores goianos ainda não tem uma posição definida sobre o projeto aprovado na Câmara dos Deputados que altera o cálculo do ICMS dos combustíveis.

O texto, que agora segue para o Senado, prevê a cobrança do ICMS com base no valor médio do litro do combustível nos últimos dois anos. Hoje, o cálculo vale para os últimos 15 dias.

Na prática, isso significa que, em 2022, um ano eleitoral, o preço dos combustíveis sofrerá uma queda porque será levado em conta para a cobrança um período anterior à pandemia de Covid-19, mas, a partir de 2023, voltará a subir.

“É uma medida populista”, disse Kajuru ao jornal O Hoje. Segundo ele, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) “não quer assumir a culpa”. “Só ele tem condições de resolver essa barbaridade.”

De fato, não houve alterações recentes nos ICMS, e o atual preço elevado dos combustíveis se dá principalmente em razão do dólar alto.

Kajuru conta que, no Senado, existe “uma divisão clara”. Contudo, na sua avaliação, tende a prevalecer a rejeição ao projeto. “Ainda não houve uma reunião oficial da bancada do Podemos para discutir o assunto, mas o partido dá liberdade para agir, e eu votarei contra.”

Luiz Carlos do Carmo (MDB) afirmou que ainda “não estudou” o projeto e deve definir sua posição na semana que vem. Porém, para o senador, “tem que resolver” a situação dos combustíveis “em definitivo” e não apenas por um ano.

Procurado por meio de sua assessoria, Vanderlan Cardoso (PSD) não se pronunciou até o fechamento desta reportagem.

Rivalidade

O projeto escancara uma crescente rivalidade entre a Câmara dos Deputados e o Senado, mais especificamente entre os presidentes das duas Casas, respectivamente Arthur Lira (Progressistas) e Rodrigo Pacheco (DEM/União Brasil).

Há um sentimento de que, do ponto de vista governista, a Câmara concentra projetos mais favoráveis a Bolsonaro, enquanto o Senado fica com os mais negativos.

Vale lembrar que Pacheco é pré-candidato a presidente pela chamada terceira via, ou seja, uma corrente política contrária tanto a Jair Bolsonaro quanto ao ex-presidente Lula (PT).

Governadores

Como o ICMS é um imposto estadual, vários governadores, como os de Rio Grande do Sul, Maranhão e Distrito Federal, já começaram a se articular junto aos senadores para evitar uma perda de arrecadação.

Em Goiás, o estado pode perder anualmente R$ 1,43 bilhão, segundo cálculo da  Federação Brasileira de Associações de Fiscais de Tributos Estaduais (Febrafite). Municípios, que recebem repasse, também serão prejudicados.

Pré-candidato ao Senado, Henrique Meirelles (PSD) se manifestou em suas redes sociais. De acordo com ele, “os senadores precisam rever o projeto”, que cria “uma falsa lógica nessa conta”, diminuindo a responsabilidade do governo federal e aumentando a dos estados.

Nesse ponto, o discurso de Meirelles está mais alinhado ao do governador Ronaldo Caiado (DEM/União Brasil) do que ao do prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (sem partido), provavelmente os dois principais cabeças de chapa nas eleições de 2022.

Recentemente, aliás, o ICMS dos combustíveis foi tema de embates entre Caiado, que não pretende reduzir o imposto sob a alegação de que não surtiria efeito, e Mendanha.

Deputados

Na Câmara dos Deputados, o projeto foi aprovado por 392 parlamentares. Houve 71 votos contrários e duas abstenções.

Dos 17 deputados federais goianos, apenas Delegado Waldir (PSL/União Brasil) votou contra. Todos os outros 16, o que inclui parlamentares tanto da base caiadista quanto da oposição ao governador, foram favoráveis ao projeto. (Especial para O Hoje)

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