Lissauer confirma trabalhar por pré-candidatura ao Senado
Após hesitação, presidente da Alego afirmou que mudou de ideia por causa do incentivo de várias pessoas
Após reiterar, em diversas ocasiões, que iria se afastar das eleições deste ano por questões pessoais, Lissauer Vieira (PSD) começou a colocar o nome na corrida para o Senado. Ao O Hoje, o político afirmou “estar trabalhando na questão da pré-candidatura a senador da república”.
Em fevereiro, o presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) cogitava disputar a cadeira na Câmara Federal, mas desistiu após a morte do pai. Desde então, o pessedista vinha hesitando em confirmar a pré-candidatura ao Senado.“A minha decisão, no momento da perda que eu tive, foi de me afastar do processo político, deixando a pré-candidatura a deputado federal, que era meu objetivo lá atrás, para cuidar das questões familiares”, relembrou.
Lissauer Vieira explicou que começou a mudar de ideia a partir do grande incentivo vindo de diversas direções. “Fui abordado por várias pessoas, como lideranças políticas, classistas, entre outras, para permanecer, não deixar esse legado e continuar trabalhando. Então eu comecei a avaliar, conversando com a família, amigos, correligionários e políticos. O PSD é um partido grande que tem a pretensão de uma candidatura ao senado desde que Henrique Meirelles estava no páreo”, contou.
“A não vinda dele [Henrique Meirelles} acarretou em uma conversa interna dentro do partido, onde me pediram permissão, mesmo sem compromisso, de lançar o meu nome para ver uma situação possível no futuro. Essas questões se afunilaram, de fato foram questões que me fizeram pensar, junto com a manifestação de apoio de várias pessoas que me fizeram refletir, pensar e até mesmo estar trabalhando essa questão da pré candidatura a senador da república”, concluiu o pessedista.
Lissauer contou que também tem trabalhado entre a base do governador em busca de consenso. “Hoje o governador tem vários pré-candidatos e eu respeito todos, por isso tenho trabalhado por uma convergência dessas candidaturas”, disse. “Vamos ver se é possível continuar dialogando para tentar aglutinar para que seja uma candidatura da base do governo com consenso”, completou.
Incentivo
Em abril, o deputado estadual Amauri Ribeiro (UB) entregou ao governador Ronaldo Caiado (UB) um ofício defendendo a candidatura de Lissauer como candidato ao Senado em sua chapa. De acordo com Amauri, o documento foi assinado por todos os deputados da base governista e, também, alguns da oposição.
No ofício, os deputados defendem que a sugestão ocorreu pelo bom desempenho de Lissauer na Alego. “A indicação do nome justifica-se em razão de sua exímia atuação à frente da Assembleia Legislativa durante duas legislaturas, tendo inclusive sido reeleito para o cargo de presidente, operando de forma dinâmica e republicana juntamente com os demais pares. Vale ressaltar, ainda, que a presença de Lissauer, ocupando uma das cadeiras do Senado, dará continuidade ao excelente trabalho que tem sido desenvolvido em nosso Estado por Vossa Excelência”, ressaltaram.
À época, Lissauer disse que ficou lisonjeado, mas adotou um discurso de cautela. “Mais uma vez os deputados me surpreenderam com esse gesto de carinho e reconhecimento. Eu nunca fui um homem de me acovardar e de correr de nenhum desafio, mas vejo que preciso primeiramente me consultar com Deus e com a minha família. Se for da vontade de Deus, o futuro está aí”, disse.
Saída de Meirelles
Primeira aposta do PSD, o ex-secretário da Fazenda e Planejamento de São Paulo, Henrique Meirelles, agora filiado ao União Brasil (UB), desistiu da candidatura a Senador em Goiás em março.
O político havia se filiado ao PSD em fevereiro de 2021 e colocou-se como pré-candidato ao Senado no final do mesmo ano. Ao publicar a carta de desistência, o político alegou que ajudaria mais o estado de Goiás se optasse por atuar na política econômica nacional.
“Ponderei sobre a possibilidade de ser candidato e, caso fosse essa a vontade do povo goiano, representar o nosso Estado no Congresso Nacional. No entanto, entendo que posso contribuir mais, para Goiás e o Brasil, trabalhando por um plano econômico que recoloque o País no eixo da prosperidade, que deixe de vez no passado o medo da inflação e da recessão”, escreveu Meirelles.
Se antes a vaga da disputa estaria reservada ao PSD, a saída de Meirelles e a hesitação de Lissauer fez com que as candidaturas avulsas ganhassem mais força na base governista. Entre os nomes da base que tentam alçar voo na corrida para senador estão: Luiz Carlos do Carmo (PSC), Alexandre Baldy (PP), Delegado Waldir (UB), João Campos (Republicanos) e Zacharias Calil (UB).
Queda de braço
Apesar de Marconi Perillo (PSDB) não ter anunciado se vai ou não concorrer a algum cargo político nas eleições deste ano, há expectativa de que ele vá para o Governo de Goiás ou Senado. No último cenário, o tucano pode protagonizar uma queda de braço com Lissauer Vieira.
De acordo com a pesquisa Serpes/Acieg, divulgada no início do ano, o tucano liderava a preferência com 16,6% das intenções de voto na avaliação estimulada.