Em telefonema, Zelensky pede a Bolsonaro apoio a sanções a Rússia
Presidentes conversam pela primeira vez desde o início da Guerra da Ucrânia.
O presidente da Ucrânia, Volodomir Zelensky, disse nesta segunda-feira (18), que conversou com Jair Bolsonaro (PL) sobre a importância das negociações para destravar a exportação de grãos do país de forma a, nas palavras dele, “prevenir contra a crise global de alimentos provocada pela Rússia”.
Na última quinta-feira (14), Bolsonaro afirmou que apresentaria a solução para o fim do conflito. “Vou dar minha opinião a ele, o que eu acho. Eu sei como seria a solução do caso, mas não vou adiantar. Como acabou a guerra da Argentina com o Reino Unido em 1982? É por aí”, disse o mandatário à CNN Brasil.
Bolsonaro fazia uma referência à Guerra das Malvinas, que teve fim quando as forças argentinas se renderam aos britânicos, que tinham recebido apoio militar de aliados europeus e dos EUA. Não está claro, porém, se a rendição é a sugestão que o presidente brasileiro faria a seu homólogo ucraniano.
Zelensky, no entanto, não comentou essa declaração. Em um tuíte, o presidente ucraniano se resumiu a dizer que informou Bolsonaro sobre a situação no front. “Convoco todos os nossos parceiros para que se juntem às sanções contra o agressor”, escreveu.
O telefonema desta segunda-feira foi a primeira vez que os dois líderes se falaram desde o começo da guerra. Dias antes do conflito, Bolsonaro esteve com Vladimir Putin em Moscou e teve ao menos um telefonema com o russo. O presidente brasileiro e o Itamaraty já fizeram críticas à estratégia de sanções adotada pelo Ocidente para isolar o Kremlin.
A viagem e o encontro com Putin foram episódios conflituosos na agenda diplomática brasileira, com parceiros como os Estados Unidos criticando-os e agindo para tentar cancelá-los. O governo, porém, tem defendido neutralidade no conflito, entre outros motivos, devido à alta dependência de fertilizantes importados da Rússia.