A reportagem do O HOJE revelou com exclusividade no dia 9 de agosto que o presidente da Câmara Municipal de Goiânia, Romário Policarpo (Patriota) foi convidado para ocupar a suplência do candidato ao Senado pela chapa mendanhista, João Campos (Republicanos). De lá para cá, diversas foram as tratativas envolvendo o nome do presidente e, segundo interlocutores do alto escalão, a tendência é de que o veredito seja anunciado ainda nesta quinta-feira, 25.

Conforme mostrado pelo jornal, à época, o convite foi feito pelo próprio candidato ao Senado e também pelo candidato ao governo, Gustavo Mendanha (Patriota) — que, em determinado momento, viu em Policarpo uma alternativa para a vice. A indicação do nome foi definida em reunião realizada na quarta-feira (3/8) e também foi revelada em primeira mão pelo O HOJE. 

Logo após a oficializar o nome de Heuler Cruvinel para a vice na principal chapa de oposição ao governador Ronaldo Caiado (UB), Policarpo ficou ligeiramente fora do cenário. Um problema de saúde também afastou o político do jogo. Policarpo chegou, inclusive, a abrir mão de sua candidatura à Câmara dos Deputados, em Brasília. 

Diante do descompasso em relação às estratégias e definições do grupo mendanhista, foi ventilada ainda uma possibilidade de adesão de Policarpo ao grupo caiadista.Isso porque uma movimentação atípica chamou atenção dos players da política goiana. Segundo fontes consultadas pelo O HOJE, logo após a desistência de Henrique Alves (MDB) da disputa por uma cadeira à Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), alguns vereadores da Câmara se reuniram com a alta cúpula do governo. 

Na ocasião, uma lista com aproximadamente 15 nomes, inclusive o de Policarpo, foi apresentada à equipe do governador que sempre teve  os olhos voltados ao passe do presidente e seus aliados. Desde então, Policarpo passou a ser cotado como um possível futuro aliado do governador.

As investidas em relação ao presidente e seu grupo começaram depois da sequência de desgastes entre ele e o time mendanhista. Tudo teve início, segundo interlocutores, justamente depois da indicação do nome de Policarpo à vice. Apesar de se portar como um aliado, o comentário é que Policarpo sempre se mostrou um grande crítico das estratégias adotadas pelo grupo mendanhista. 

Ausente, agora, de seu projeto político, Policarpo tem sido enxergado como aliado fundamental para o projeto caiadista. O governador, que busca a vitória ainda no primeiro turno das eleições de 2022, enxerga na liderança a possibilidade de ampliar suas bases na capital. A justificativa é que Policarpo, mesmo fora do cenário, segue como um nome estratégico e liderança forte entre os vereadores. O perfil de articulador discreto é o que mais chama atenção.

Contudo, apesar das recentes investidas governistas, o comentário com maior força é de que o presidente deve mesmo permanecer ao lado do grupo de mendanha. E mais: que deve aceitar o convite de João Campos. Uma vez fora da disputa à Câmara, Policarpo teria, com isso, a oportunidade de ampliar seu capital político e ao mesmo tempo se dedicar de maneira mais indireta às eleições. 

Vale lembrar que, caso João Campos termine vitorioso, é tido como certo o interesse do líder da Assembleia de Deus em disputar a prefeitura de Goiânia em 2024. Vale lembrar que apesar dos sinais amistosos em relação ao prefeito da Capital, Rogério Cruz (Republicanos), ambos estarão em lados opostos nas eleições que se aproximam. Caso o sonho se concretize e Campos termine, novamente, vitorioso, restaria a Policarpo quatro anos de Senado.