Clécio Alves dá sinais de que deve abrir espaço para Thelma Cruz na Alego
O vereador eleito deputado estadual com 28,3 mil votos não descartou a possibilidade de abrir mão do cargo durante a sessão da última quarta-feira (19/10)
Os grandes players do universo político não hesitam em afirmar que a política é a arte da articulação. E por falar em política, nos últimos dias tem circulado, nos bastidores da Câmara Municipal, o comentário de que o deputado estadual eleito Clécio Alves (Republicanos) poderia renunciar ao cargo para continuar, por mais dois anos, em seu mandato de vereador por Goiânia. Caso o faça, a primeira-dama da Capital, Thelma Cruz (Republicanos), tomaria posse da cadeira na Alego. Ela teve 25,6 mil votos nas urnas e ficou com a primeira suplência.
Fontes do alto escalão da política goianiense apontam, em off, que a suposta renúncia pode estar associada a uma investida do prefeito Rogério Cruz (Republicanos) na intenção de levar a primeira-dama ao Legislativo. O que até então não passava de puro rumor ganhou musculatura a partir das recentes declarações do vereador em plenário. Isso porque Alves, que foi eleito deputado estadual com 28,3 mil votos no último dia 2 de outubro, não descartou a possibilidade de abrir mão do cargo durante a sessão da última quarta-feira (19/10).
“Estou com um sentimento de renunciar de novo [como fez em 2017] e continuar como vereador por causa desse projeto do prefeito Rogério Cruz (Republicanos)”, declarou. O projeto a que Clécio se refere diz respeito ao pacote de investimentos anunciado pela prefeitura de Goiânia ao longo desta semana. O montante que será aplicado na capital equivale a R $1,7 bilhão. Tudo deve ser feito ao longo dos próximos meses e tem relação com o aniversário da Capital, comemorado em 24 de outubro.
Em outro trecho do mesmo discurso o parlamentar disparou: “O dinheiro está no caixa. Fiquei emocionado ao saber que Goiânia vai viver seus melhores momentos. Algo que todos nós desejamos depois da pandemia. Estou pensando se vou para lá [Assembleia Legislativa] ou fico aqui [Câmara Municipal]”.
Ao rememorar a renúncia em 2017, o vereador disse que, na ocasião, o prefeito Iris Rezende o chamou e pediu para que continuasse no posto de vereador sob o argumento de que Goiânia estaria “arrebentada”. “Tive 2 meses e meio para decidir. O Iris me chamou na prefeitura e me pediu para continuar como vereador porque a prefeitura estava destruída, ele não dormia de noite. Em uma reunião lá em casa com meus apoiadores, 98% decidiram que eu deveria ser vereador”. Ele disse, inclusive, que esta foi a escolha mais sábia que fez e que, depois disso, pôde dormir com a consciência tranquila.
Clécio Alves, vale lembrar, é pai de Luan Alves. Luan é presidente da Agência Municipal de Meio Ambiente (AMMA), pasta ligada à prefeitura de Goiânia. O titular foi indicado pela Câmara Municipal ao cargo. O presidente da Câmara, Romário Policarpo (Patriota), citou Luan ao discursar sobre a vitória de Clécio no primeiro encontro dos parlamentares após o resultado das urnas, em 4 de outubro.
“O senhor tem uma das poucas pessoas que conheci que realmente fazem diferença em uma campanha ao seu lado, o Luan. É meu amigo e foi colocado na Amma não por vossa excelência, mas por essa Casa. Ele representa um dos melhores quadros da prefeitura. Portanto, invista no futuro político do seu filho, que acredito que terá um futuro melhor do que o meu e o seu”, alertou o parlamentar. Rogério Cruz e Clécio Alves foram procurados pela reportagem. Não houve resposta. O espaço continuará aberto para manifestação do contraditório.