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segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
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Recuperação

Rogério Cruz trabalha para recuperar as ‘rédeas’ da prefeitura

Na última quarta, prefeito exonerou e dispensou cerca de 2,1 mil servidores de cargos variados

Postado em 28 de outubro de 2022 por Felipe Cardoso

Mais de 2 mil servidores foram demitidos pela prefeitura de Goiânia na última quarta-feira, 26. O assunto é alvo de discussão nos corredores do Paço, da Câmara e até da Assembleia Legislativa. A grande dúvida diz respeito às intenções do prefeito Rogério Cruz (Republicanos) com a iniciativa. Trata-se, conforme apurado pela reportagem, de uma tentativa de recuperar as rédeas do Executivo. 

Os quatro cantos da cidade sabem que o prefeito, por um bom tempo, enfrentou uma espécie de gestão “compartilhada”. A começar por sua própria chegada ao comando da Capital. Eleito na chapa encabeçada por Maguito Vilela (MDB), Rogério se viu diante do desafio de administrar Goiânia ao lado dos emedebistas logo depois da morte do líder político. A parceria com os então “agregados” não durou muito e meses depois, os integrantes do MDB desembarcaram. 

Depois foi a vez do ‘grupo de Brasília’ dar as cartas. Por vezes foi ventilado que Rogério não agia sem a ‘bênção’ de algumas figuras importantes da direção nacional do Republicanos. Mais tarde, a cena se repetiu e o grupo também se distanciou da gestão municipal. Estaria, Rogério, agora, livre para comandar? Algumas personalidades do alto escalão da política goianiense apostam que sim, ao passo em que outras dizem que “nem tanto”. 

É fato que a saída de Eduardo Merlin do comando da Secretaria Municipal de Administração (Semad), bem como a de Arthur Bernardes, que comandava a Câmara de Acompanhamento de Despesas com Custeio Administrativo (Cadeca) e o Programa de Governança de Organização do Desenvolvimento Integrado (Progovi), diminuíram a influência de Wanderley Tavares, presidente do Republicanos do Distrito Federal, na Capital. 

Ambas as baixas foram as mais recentes. Antes disso, porém, o grupo de Brasília já vinha perdendo força na gestão municipal. A saída de Geraldo Lourenço, titular da Finanças, e André Rodrigues, da Inovação, Ciência e Tecnologia, atestam isso. 

Fontes consultadas pelo jornal O HOJE asseguram que as demissões de agora estão relacionadas ao desejo do prefeito em saber “quem é quem” na prefeitura. Isso porque o grupo em questão e outros players políticos como João Campos e Jeferson Rodrigues, presidentes do Republicanos em Goiás e Goiânia, respectivamente, eram vistos como figuras importantes da gestão e, por isso, segundo as mesmas fontes, teriam indicado diversos nomes para ocupação de cargos comissionados no município.

“A vontade do Rogério é a de simplesmente conhecer profundamente a composição da prefeitura. Todos esses [do grupo], os membros do Republicanos e até os vereadores contam com muitas indicações. São nomes e cargos que ao longo dos últimos anos fugiram do controle do prefeito que, agora, quer reverter isso”, explicou um dos consultados. 

Conforme mostrado em primeira mão pela reportagem do O HOJE na última quarta, o prefeito exonerou e dispensou cerca de 2,1 mil servidores de cargos variados. As “liberações” constam no decreto nº 4.231. Pelo documento, quase 700 servidores foram dispensados e outros 1500 exonerados de suas funções. Dentre eles, secretários executivos, assessores especiais, técnicos, diretores, gerentes, jornalistas, chefes de gabinete, subprocuradores e outros. 

O HOJE também mostrou, em reportagem assinada pelo jornalista Yago Sales, que em relação às exonerações dos cargos apontados pelos vereadores, a ideia de demitir conjuntamente visa minimizar o desgaste. Vale lembrar o atrito gerado ante ao desligamento e relocação de nomes indicados por Aava Santiago (PSDB) e Luciula do Recanto (PSD), por exemplo. 

Em nota encaminhada à imprensa, a gestão Rogério Cruz afirmou que “as exonerações referem-se à parte dos servidores que ocupavam funções comissionadas, e integra reorganização administrativa que prevê remanejamento ou retorno de alguns profissionais aos cargos” e que “atualmente, o município dispõe de cerca de 35 mil servidores ativos, cujas atuações ocorrem de forma integral”.

Ainda de acordo com a nota, “nenhum ato legal da Prefeitura de Goiânia fica comprometido com a medida, visto que não houve exoneração de titular de nenhuma pasta, servidor legitimado para praticar todos os atos necessários. Ademais, os servidores efetivos continuam a cumprir com suas competências regimentais”, finalizou.

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