O projeto de reeleição de Dr. Lucas Antonietti (União Brasil) em Águas Lindas é uma incógnita. O prefeito parece não querer disputar, em outubro, o segundo mandato. As lideranças ouvidas pela reportagem não quiseram dar qualquer indício concreto do motivo da resistência, mas, ao que tudo indica, o vento está na boa direção para o Dr. Lucas. 

Afinal, filiado ao União Brasil, da base do governador Ronaldo Caiado (União Brasil), apoiado pelo ex-prefeito – e muito popular na cidade – Wilde Cambão, dr. Lucas tem tudo para se tornar invencível. Vale lembrar que ele tem, também, em sua base, o jovem Wilson (que não é mais do Túlio), que, por 38 votos, não venceu o pleito em 2020, quando ele tinha apenas 21 anos. 

É bom recordar: Wilson surgiu como player às pressas em 2020 para substituir Marco Tullio – por isso Wilson, à época, adotara o Tullio como sobrenome nos jingles, folders e urna – que fora impedido pela Justiça de candidatar-se. 

Aos 24 anos, Wilson não quer nem saber de Tullio. Entre os dois, parece estrugir o cenário da política local: rompidos, caminhando cada qual ao vento que mais lhes parece melhor, são só ironias um para o outro, dando mais gostinho à vitória do atual prefeito. 

Wilson tentou a prefeitura pelo DEM – que, com a fusão com o PSL, se tornou União Brasil – sob a suspeita de que se tornaria prefeito-tampão, “laranja”, “marionete” de Marco Túlio Pinto que, à época, caiadista. 

Chateado com Caiado, deixou a base do governador e se transformou em tucano e se refugiou no PSDB, onde tenta, a duras penas, emplacar a candidatura do policial militar conhecido como Professor Ribeiro à prefeitura. E faz acusações de que, por causa de política, o PM foi mandado para trabalhar em Posse, a 400 km dali. “Retaliação”, comenta Marco Túlio que decidiu não continuar andando com o governador quando ele se aproximou da gestão municipal sob Dr. Lucas. “E ele não cumpriu promessas”, critica. 

Sobre a gestão de Dr. Lucas, ele é taxativo: “Nada fez. O cara nem limpou a cidade para prevenir a dengue. Não trouxe indústria. Tentou fazer empréstimo de 50 milhões de dólares. Na saúde não tem esparadrapo e nada”. 

Sobre Wilson, o jovem antigo aliado, Marco Túlio acusa: “Ele gosta de ter vantagem pessoal. Não tem ideologia. Wilson está desmoralizado [por ter ido à base do prefeito]. Teve poucos votos para deputado e perdeu a credibilidade. Foi buscar benefício pessoal”. 

Em resposta às críticas, Wilson retruca. “Só buscar no portal da transparência. Não tenho cargo. Ele está levantando questionamento. Perdeu a base toda. Ele, sim, não tem mais credibilidade. O Tullio é envaidecido porque eu não quero ele mais do lado dele”, diz e garante: “Não faço mais o jogo dele, da velha política. Não trouxe nenhuma emenda para a cidade”. 

Wilson atualmente é filiado ao PSD e aguarda uma posição do presidente do partido, Vanderlan Cardoso, se ele poderia assumir o diretório municipal. Com isso, pretende, também, emplacar o nome de Fábio Campos – um conhecido proprietário de escola de cursos gratuitos na cidade – a vice de Dr. Lucas. 

Trabalhando no setor privado, Wilson tem um orgulho: a boa relação com o ex-deputado e presidente da Codego, Francisco Júnior. “Ele enviou 280 mil para o terceiro setor. Lar de Idosos, clínica de reabilitação, associação de moradores”. 

Sobre o seu projeto para este ano, é certeiro.“Trabalho para ser o mais bem votado, por isso estamos ajudando o prefeito a trazer recursos federais e estaduais para a cidade. A campanha de prefeito e de deputado estadual trouxe notoriedade a mim [2020 e 2022, respectivamente]. A questão da presidência da Câmara vai depender da população”, prospecta.