Rogério vai à reeleição com espírito moderado dos últimos quatro anos
Prefeito tende a adotar tom equilibrado no trato com a oposição. Não entrará, segundo aliados, em um discurso raivoso, ainda que todos “joguem contra ele”. Seu discurso será pautado por números
Felipe Cardoso
O prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Solidariedade), tem trabalhado incansavelmente para garantir mais quatro anos no comando da principal cidade goiana. O gestor, todos sabem, tem uma missão árdua em função da divisão de forças no cenário político local. Nem por isso, tem desanimado ou deixado de trabalhar para mostrar aos goianienses que representa um projeto político viável para os próximos quatro anos.
O gestor enfrentou diferentes dificuldades na arrancada de seu mandato, logo que pegou a
caneta em função da morte do prefeito eleito, Maguito Vilela (MDB). No entanto, a avaliação é que o político demonstrou maturidade e soube extrair lições importantes a partir dos descompassos.
Entusiastas de seu projeto não titubeiam ao afirmar que Rogério é o nome mais moderado no leque das alternativas para a disputa que se aproxima. E isso deve ser levado à campanha. Apesar das adversidades políticas que enfrentou, o argumento é que o mandatário não promoveu uma gestão raivosa e se manteve, na visão das mesmas fontes, aberto ao diálogo.
Apesar do seu vínculo com a igreja (Cruz é pastor licenciado), a leitura é que o prefeito não usou de seu cargo público para impor o conservadorismo. E mais: demonstrou maturidade ao incorporar uma gestão plural em Goiânia.
Um outro detalhe que, inclusive, já foi mostrado pela Coluna Xadrez do O Hoje é que Rogério Cruz é o único que tem o que mostrar aos goianienses, principalmente no quesito ‘obras estruturantes’. Apesar de faltar alguns meses para a disputa, o prefeito já se movimenta na tentativa de mostrar ao cidadão-eleitor o que conseguiu mudar na cidade. Durante reunião realizada nesta semana, elencou, por exemplo, melhorias na oferta e agendamento de exames laboratoriais e de imagem, que eliminaram as filas de espera na capital.
Por esses e outros motivos, a missão, sobretudo do marketing, é dar continuidade à estratégia de mostrar que Goiânia teve, sim, prefeito nos últimos anos. A certeza ao redor do projeto de reeleição do atual mandatário de Goiânia, tomou conta da convenção que marcou o apoio do Partido Mobiliza à sua pré-candidatura, na semana passada.
Na ocasião, Cruz descartou qualquer preocupação a respeito das pesquisas em que não figura entre os favoritos. Ao comentar a última delas, disse que pesquisas são um retrato do momento e que não determinam o resultado final de uma eleição. “Ainda há muito trabalho a ser feito”, arrematou.
E é esperado que o mesmo Rogério dos últimos quatro anos se apresente à população goianiense como uma alternativa lúcida à capital. Quanto ao discurso, o prefeito tende a adotar um tom moderado, tal qual o seu governo, no trato com a oposição. Não entrará, segundo aliados, em um discurso raivoso, ainda que todos “joguem contra ele”. Rogério vai se preocupar nos próximos dias unicamente em mostrar o que fez e o que pretende fazer caso a população o permita continuar na cadeira que ocupa.
Se engana quem acredita que o prefeito vai mergulhar na pauta ideológica ou no discurso dos extremos. É uma briga, avaliam alguns nomes, que não pertence ao seu modo de fazer política. Rogério não vai alimentar o jogo da polarização. Pelo contrário, pretende adotar um discurso técnico, imbuído de números. E mais do que isso: mostrar que por meio da experiência política adquirida, especialmente, nos últimos quatro anos — já que estava na política antes de se tornar prefeito — pode fazer mais por Goiânia.