Edmundo González se proclama presidente eleito da Venezuela
A oposição, liderada por González e Machado, acusa Nicolás Maduro, atual presidente e candidato à reeleição pelo Partido Socialista Unido da Venezuela (esquerda), de fraudar o resultado das eleições. Eles alegam que a medida se trata da “expressão da vontade popular” e acusam Maduro de realizar um golpe de Estado ao falsificar os resultados do pleito.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE), órgão responsável pelas eleições no país, confirmou na sexta-feira (2 de agosto) a reeleição de Maduro com 51,95% dos votos. No entanto, o conselho não divulgou as atas eleitorais (boletins de urnas). A oposição cita um relatório do Centro Carter, organização internacional de monitoramento eleitoral, que declarou que as eleições na Venezuela não atenderam aos padrões internacionais de democracia.
Eleições venezuelanas
As eleições na Venezuela ocorreram em meio a um ambiente político tenso e polarizado. A oposição já havia expressado preocupações sobre a transparência e a legitimidade do processo eleitoral. A ausência de observadores internacionais independentes e a falta de acesso às atas eleitorais aumentaram as suspeitas de manipulação dos resultados.
María Corina Machado, que tem sido uma voz ativa contra o governo de Maduro, reiterou a importância de reconhecer a vitória de González como uma forma de respeitar a vontade do povo venezuelano. Ela enfatizou a necessidade de uma transição pacífica e democrática.
O comunicado conjunto divulgado pela oposição destaca que a eleição foi marcada por uma participação massiva e pacífica dos eleitores, indicando um forte desejo de mudança no país. Eles apelam à comunidade internacional para que reconheça a vitória de González e apoie o processo de transição democrática na Venezuela.
Resposta do Governo Maduro
Até o momento, o governo de Nicolás Maduro não emitiu uma resposta oficial à autoproclamação de Edmundo González como presidente eleito.
No dia 31 de julho, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou que o candidato opositor Edmundo González e a líder da oposição, María Corina Machado, “deveriam estar atrás das grades”. Maduro acusou ambos de liderarem um “plano golpista” e chamou González de “covarde e criminoso” e Machado de “fascista da ultradireita criminosa”.
Segundo Maduro, os dois deveriam se apresentar ao Ministério Público, em vez de continuarem a incitar a insurreição. Ele alegou que os episódios de violência no país, após a oposição não reconhecer os resultados eleitorais divulgados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), são parte de uma “tentativa de golpe de Estado” para desestabilizar a Venezuela.
As autoridades relataram ataques a estações policiais, monumentos, prefeituras e sedes do poder eleitoral, evidenciando a gravidade da situação no país. Jorge Rodríguez, importante figura chavista, declarou que não haverá diálogo com o “fascismo” e que benefícios processuais não serão concedidos aos opositores.
Ele acusou diretamente María Corina Machado e Edmundo González de financiar manifestantes para espalhar terror e violência nas ruas. As manifestações pós-eleitorais, que a oposição alega serem resultado de fraude, incluíram marchas com manifestantes encapuzados e focos de repressão.
Você tem WhatsApp ou Telegram? É só entrar em um dos canais de comunicação do O Hoje para receber, em primeira mão, nossas principais notícias e reportagens.
Basta clicar aqui e escolher.