Mabel fala em 15 mil casas e cita Caiado presidente em convenção
Candidato à prefeitura, o empresário Sandro Mabel disse que não “vai faltar dinheiro” para construir casas; falou em Daniel em 2026 “como governador”
Yago Sales
Como não poderia ser diferente, a sigla do governador Ronaldo Caiado, União Brasil (UB), fechou o dia – o último, bom dizer do prazo – das convenções para bater o martelo à chapa que vai concorrer ao Paço em Goiânia: Sandro Mabel (UB) e, como vice, a tenente-coronel Cláudia Silva (Avante).
Mabel, entusiasmado, repetindo o jeito alegre, garantiu que a população poderá, caso ele assuma o cargo de prefeito a partir de janeiro, cobrá-lo. “Vamos fazer muita coisa nos primeiros 100 dias”, provocou e recebeu uma chuvarada de aplausos. O candidato também disse: “Não vai faltar dinheiro”. E seguiu: “Vamos construir 15 mil casas”.
“Preciso de vocês. Depois das 18h estarei com vocês balançando bandeira, distribuindo santinhos, caminhando, ouvindo o que o público de Goiânia deseja”, disse Caiado. “Se nós conseguirmos mudar Goiás, vocês vão dar conta de mudar Goiânia, se Deus quiser”, complementou Caiado, dirigindo-se a Mabel, Daniel, Bruno Peixoto e Ana Paula Rezende, filha de Iris.
Alegria marcou o evento que ocorreu na noite desta segunda-feira (5), evidentemente, com a presença das autoridades. Além, claro, do governador Ronaldo Caiado, a primeira-dama Gracinha Caiado, participaram o presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego), Bruno Peixoto. Parecia uma festa de vitória, de fim de pleito.
Sandro Mabel não foge à exceção de aliados e, sobretudo, prefeitáveis da base: repete que Caiado é o melhor e mais bem avaliado governador do país, ou seja, que, ao estar lado a lado com essa figura, vai tudo bem a partir de janeiro ser eleito – ou eleita.
O empresário, que tem o nome – intrinsecamente – e a história ligados à rosquinha Mabel, teve a candidatura à corrida eleitoral homologada sob o mantra de que é necessário trabalhar incansável e imbativelmente pelas próximas semanas.
A coligação ‘Juntos por Goiânia’ parecia viver auges de campanhas históricas, como as que viveram emedebistas em tempos de ouro. Aliás, a coligação, além do União Brasil, também tem como legendas que balançarão as bandeiras de Mabel o MDB, Republicanos, Podemos, Avante, PRD e Agir.
Tendo “o governador” – mais bem avaliado, vão repetir – “do Brasil” como o primordial e inconfundível cabo eleitoral, Mabel, que deixou, por enquanto, de maneira interina, a presidência da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), repetiu que quebrou a quarentena longe das urnas a pedido de Caiado.
Caso consigam deixar para trás dois insistentes candidatos – Adriana Accorsi,do PT e Vanderlan Cardoso, do PSD -, ganham os dois: Mabel se torna prefeito a partir de janeiro, abrilhantando a biografia e Caiado entra história quebrando o dito popular goianiense de que governador não elege prefeito. Será?
Afinal, Caiado tem crescido de maneira exponencial no gosto popular com uma política social incomparável e na política de segurança pública. Tanto é que Caiado é, de forma antecipada, pré-candidato à presidência, se tornando, quiçá, o herdeiro político-eleitoral – não de maneira unânime, claro – do espólio do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro – ele está inelegível e não consegue disputar em 2026.
Embora existam outros nomes, Bolsonaro tem uma forte inclinação ao governador goiano, por quem tem respeito e admiração. De qualquer maneira, na capital, Bolsonaro tem o seu candidato, aquele a quem ele próprio lançou em cima de trio elétrico em uma das ruas da região da 44: Fred Rodrigues. Havia expectativa de que o próprio Fred fosse ser lançado vice de Mabel. Mas nada. Fred foi confirmado candidato, mas preferiu se juntar ao Novo, de quem terá, como vice, o empresário Leonardo Rizzo.
Adriana Accorsi vai ter como vice o ex-reitor do Instituto Federal de Goiás (IFG) Jerônimo Rodrigues (PSB). Accorsi tem o maior número de partidos: além do próprio PT, ela angariou Rede, PCdoB, PV, PMB, PSB e PSOL. A corrida eleitoral, no entanto, parece ter muita água para correr pelo Ribeirão João Leite – um trocadilho.