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quinta-feira, 22 de agosto de 2024
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Defesa

Joe Biden atualiza estratégia nuclear dos EUA para enfrentar ameaças da China, Rússia e Coreia do Norte

A Rússia, tradicionalmente vista como a maior ameaça nuclear para o Ocidente, detém cerca de 90% das 12.121 ogivas nucleares do mundo

Postado em 21 de agosto de 2024 por Leticia Marielle
Joe Biden atualiza estratégia nuclear dos EUA para enfrentar ameaças da China, Rússia e Coreia do Norte
Joe Biden atualiza estratégia nuclear dos EUA para enfrentar ameaças da China, Rússia e Coreia do Norte. | Foto: iStock

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, revisou a estratégia de defesa nuclear do país pela primeira vez para considerar o risco de um ataque coordenado da China, Rússia e Coreia do Norte. O jornal The New York Times informou que Biden assinou o documento secreto em março.  Ele apresentará uma versão editada da nova Orientação de Emprego Nuclear ao Congresso antes do final do seu mandato, em janeiro.

Atualizam o guia a cada quatro anos e o mantêm em extrema confidencialidade, com poucas cópias físicas disponíveis. Recentemente, duas autoridades de segurança nacional confirmaram que a revisão estava em andamento. Vipin Narang declarou no início do mês que o presidente atualizou a orientação para enfrentar múltiplos adversários nucleares. Ele destacou o “crescimento e a variedade” do arsenal chinês.

Em junho, Pranay Vaddi, diretor de não proliferação do Conselho de Segurança Nacional, afirmou que a revisão visa “dissuadir simultaneamente Rússia, China e Coreia do Norte”. A preocupação com um possível ataque coordenado surgiu com a reorientação geopolítica após 2017, quando Donald Trump iniciou a chamada Guerra Fria 2.0 contra Pequim. Esse confronto, que começou como uma disputa comercial, redesenha o equilíbrio de poder global com blocos de países se formando ao redor de China e EUA.

Armamento

A maior preocupação é com possíveis combates limitados, já que nenhum país consegue se proteger contra um ataque massivo com mísseis. A Rússia, tradicionalmente vista como a maior ameaça nuclear para o Ocidente, detém cerca de 90% das 12.121 ogivas nucleares do mundo. Esse foi o resultado da corrida armamentista da Guerra Fria que terminou em 1991. Desde a presidência de Trump, a administração desmantelou muitos tratados de controle de armas.

A aliança crescente entre China e Rússia, embora não formalizada, aprofundou-se no campo militar, com patrulhas conjuntas e manobras com bombardeiros nucleares se tornando frequentes. A China, que anteriormente alegava manter um arsenal mínimo para fins dissuasórios, acelerou a produção de ogivas e diversificou seu arsenal de mísseis. A Federação dos Cientistas Americanos, que monitora arsenais nucleares globalmente, estima que a China tinha 240 ogivas em 2012, quando Xi Jinping assumiu o poder. Hoje, o número é 500, e o Pentágono projeta que chegará a 1.500 até 2035, igualando o número de armas operacionais da Rússia e dos EUA.

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