PT aposta em Accorsi e Gomide para não perder protagonismo em Goiás
Partido perdeu força no Estado nas últimas eleições municipais
O Partido dos Trabalhadores é a maior força histórica da esquerda no país. Liderados pelo atual presidente e um dos fundadores do partido, Luiz Inácio Lula da Silva, a sigla já esteve, em Goiás, como protagonista. A fim de exemplo da força petista, desde o fim da ditadura militar no país, em 1985, apenas o MDB esteve mais vezes no comando do Paço Municipal goianiense que o partido. De lá para cá, a legenda já comandou a cidade com Darci Accorsi, Pedro Wilson Guimarães e Paulo Garcia.
Entretanto, com o passar dos anos e a crescente polarização política aliado ao antipetismo, a direita tem tomado para si o protagonismo do cenário goiano. Atualmente, os petistas comandam três prefeituras em Goiás: Professor Jamil, Itapuranga e Cidade de Goiás, que são governadas por Ney Novaes, Paulinho Imila e Aderson.
Para as eleições municipais de 2024, o PT tem 35 candidatos à prefeitura em Goiás, menos que o União Brasil que possui 138, o PL com 94, o MDB com 78, o PP com 46 e o PSDB com 45. Em relação aos vereadores, o PT possui 878 candidatos para o pleito em Goiás do dia 6 de outubro. Em 2020, o partido elegeu 23 dos 870, uma derrota visível já que nas eleições anteriores, de 2016, o partido conseguiu eleger 39 vereadores no Estado, com 502 candidatos.
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Para 2024, o PT tem dois candidatos que podem dar sobrevida à sigla no âmbito goiano. Das três maiores cidades do Estado – Goiânia, Aparecida e Anápolis – o partido tem candidaturas próprias em duas. A deputada federal Adriana Accorsi, candidata à prefeitura de Goiânia e o deputado estadual Antônio Gomide, candidato a prefeito em Anápolis, aparecem no topo das pesquisas eleitorais nos municípios.
O cenário anapolino é mais vantajoso para o partido. Gomide aparece em primeiro lugar nas pesquisas de intenções de voto e possui um histórico na cidade, já que foi prefeito por duas oportunidades. O deputado estadual mede forças, principalmente, com Márcio Corrêa, candidato do PL e apoiado por Jair Bolsonaro. Porém, Gomide aparece com maior vantagem sobre seus oponentes, diferente de Accorsi que tem empatado tecnicamente com Vanderlan Cardoso (PSD) e Sandro Mabel (União Brasil).
Na capital goiana, Accorsi tem rivalizado com Vanderlan e Mabel pelo primeiro lugar nas principais pesquisas eleitorais. Ambos candidatos estão à direita em seus posicionamentos políticos, o que pode atrapalhar Adriana em uma possível disputa no segundo turno. Convergir o eleitorado de Mabel ou Vanderlan para uma candidatura progressista, como a de Accorsi, é uma missão árdua.
Em Aparecida, o PT rompeu com o MDB, aliado histórico da sigla e da figura de Maguito Vilela. Os emedebistas tem Leandro Vilela como candidato apoiado pelo governador Ronaldo Caiado (União Brasil), o que levou a ruptura com os petistas. Com isso, a sigla resolveu andar junto ao vereador Willian Panda (PSB), que aparece em terceiro lugar nas pesquisas – sempre lideradas por Professor Alcides (PL) e Vilela, que protagonizam a disputa pelo pleito aparecidense.
O enfrentamento à forte rejeição ao petismo é tanta que, sequer as estratégias da utilização do característico vermelho e a associação a Lula estão sendo usadas pelas campanhas de marketing de Accorsi e Gomide. Enquanto isso, a direita goiana usa e abusa de sua associação a nomes que representam o espectro político conservador, como o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). (Especial para O Hoje).