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domingo, 8 de dezembro de 2024
Economia

Goiânia registra a maior taxa de inflação do país em setembro

O aumento se deu pela alta nos preços da gasolina, etanol e energia elétrica, segundo o IBGE

Postado em 12 de outubro de 2024 por Andresa Cardoso
Goiânia registra a maior taxa de inflação do país em setembro | Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

A última análise da inflação feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizada em todo o território do país, registrou que Goiânia foi a cidade com a maior alta nos preços no mês de setembro. Esse aumento na capital goiana foi influenciado, principalmente, pela alta nos preços da gasolina e etanol, e da energia elétrica, que em setembro teve bandeira vermelha nível 1.

O IPCA, que é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), analisa o consumo das famílias com rendimentos de 1 a 40 salários mínimos. As pessoas desse grupo foram afetadas, principalmente, com a alta na gasolina (6,24%), energia elétrica residencial (4,68%), etanol (11,79%), contrafilé (5,02%), arroz (4,20%), perfume (2,70%), transporte por aplicativo (11,42%), carne de porco (4,58%), laranja-pera (14,89%), café moído (5,38%), passagem aérea (5,32%), gás de botijão (1,53%) e leite longa vida (2,11%).

A alta no preço da gasolina e etanol é explicada, segundo Lucas Sigu Souza, gestor profissional de investimentos, através de dois fatores: a oscilação natural do preço do petróleo, voltando à média dos últimos meses. e uma alta impulsionada pelo medo da escalada da guerra que acontece entre Israel e o Hamas. “Já o preço do etanol, além do fato de ser automaticamente ajustado à gasolina para tentar acompanhar a ‘regra dos 70%’ do preço deste combustível, foi impulsionado pelas recentes queimadas e também pelo aumento do preço do açúcar, refletido pelo exterior.

O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Goiás (Sindiposto-GO), Márcio Andrade, explica a razão para o aumento dos preços desses combustíveis em Goiânia. Em agosto, segundo o IBGE, a inflação da cidade nesse mesmo campo foi a menor do país, isso porque, de acordo com Márcio, “houveram grandes reduções nos preços dos combustíveis em agosto. Já em setembro, o reajuste dos preços foi justamente a volta dos preços normais. Durante o mês de agosto muitos postos fizeram promoções; os preços caíram sem nenhuma redução por parte da Petrobrás ou das distribuidoras, e da mesma forma, o aumento no mês de setembro foi também sem nenhuma motivação externa”.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) vem ajustando as bandeiras tarifárias este ano, com uma sequência de bandeiras verdes iniciada em abril de 2022 e interrompida em julho de 2024 com bandeira amarela, seguida da bandeira verde em agosto e a vermelha, patamar 1, em setembro. Isso significa que uma cobrança complementar é cobrada, a depender dos custos da geração de energia no Brasil. Os preços refletem “o custo variável da produção de energia, considerando fatores como a disponibilidade de recursos hídricos, o avanço das fontes renováveis, bem como o acionamento de fontes de geração mais caras como as termelétricas”, indica a ANEEL.

Camada mais pobre também foi afetada

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que analisa o consumo das famílias com rendimentos de 1 a 5 salários mínimos, indicou que a alta nos preços também afetou a população mais pobre. No país todo, os produtos alimentícios subiram 0,49% em setembro, após dois recuos consecutivos. Por sua vez, a variação dos não alimentícios acelerou de 0,02% em agosto para 0,48% em setembro.

O consultor e planejador financeiro Cassio Souza indica que a inflação impacta, de forma mais intensa, “os trabalhadores e famílias que possuem menor nível de renda, que dependem de auxílio do governo ou do salário para despesas básicas como moradia, transporte, alimentação e higiene”. Assim, Cassio afirma que essas pessoas a consequência disso é o menor poder de compra em itens básicos e o aumento das áreas periféricas ou regiões sem fornecimento de água tratada, coleta de esgoto e lixo.

No que diz respeito aos preços dos combustíveis, o presidente do Sindiposto-GO indica que uma alternativa é utilizar o aplicativo EON – Economia On line, da Secretaria de Estado da Economia de Goiás (Sead), que permite pesquisar os preços dos combustíveis por meio do serviço Abasteça+. Esse serviço mostra os preços praticados por postos de combustíveis próximos à localização do usuário, além de ser possível verificar o ranking de preços por modalidade de pagamento.

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